quinta-feira, 18 de junho de 2015

QUALQUER BARULHO É VIDA...

Foi Aldous Huxley quem certa vez escreveu que o século XX era a Idade do Ruído. Que o rádio nada mais é que um tubo através do qual nossas casas são invadidas por sons prefabricados. Sons que vão muito além dos tímpanos e que penetram pelo nosso  espírito, enchendo-o de uma série confusa de distrações.
De repente, é uma voz que entra dentro de casa, toma conta do silêncio do dia ou da noite, às vezes sem pedir licença. 
De repente, é uma companhia que fala e que canta, que ora e que reclama, que conta histórias e que revela acontecimentos advindos dos mais distantes rincões do planeta.
Bem diferente dos sons que chegavam até nossos avós antigamente: de crianças correndo e brincando ou brigando pelo quintal, de galinhas cacarejando depois de botarem seus ovos, de bodes chifrando-se, de pássaros, de cães correndo atrás dos bois pelos pastos, de um vento que passava de momento a momento...
Esses ruídos em casa, segundo Mencken, estragaram a função de o homem pensar, já que essa função é coisa nova no homem e ele a vem desempenhando muito mal; nós "perdemos o instinto certeiro dos macacos, sem ter aperfeiçoado o raciocínio", argumenta.   
Agora é rádio e televisão, é celular e é computador, é uma parafernália de coisas fazendo sons e ruídos antes inimagináveis.
Mas já pensou se não tivéssemos dessas companhias ruidosas num dia solitário?
Já pensou se não tivéssemos condições de através desses "malditos" aparelhos expulsar, de vez em quando, aqueles demônios zombeteiros escondidos atrás das portas, dormindo nos cantos dos armários, fazendo artes nas frestas das janelas??
MUITO BOM DIA!

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