segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

PREITO A WANDA FURTADO LINS

Muito me honrou receber mensagem do filho da poetisa Wanda Furtado Lins, depois de mais de ano ter postado um poema dela neste singelo blog.
Vou aqui republicá-lo, em deferência à mulher-mãe, porque, de repente fiquei conhecendo algo mais sobre a poetisa.
Ei-lo:

"TAMBAÚ 53 OU CANÇÃO DOS EXÍLIOS CONCÊNTRICOS"

Mas onde fica Tambaú ?
Tambaú fica tão longe
na outra beira do mar
lá onde tem areia fina
gostosa de se andar
jangada água de coco
pitomba e mungunzá.

Mas onde fica Tambaú ?
Tambaú fica tão longe
na outra beira do mar
lá onde tem lampião
pra espantar o escuro
linda luz de lampião
gostosa de se cheirar

Mas onde fica Tambaú ?
Tambaú fica tão longe
na outra beira do mar
lá onde tem sotaque
feito para se cantar
aquele sotaque gostoso
que me ensinou a falar.

Mas onde fica Tambaú?
Tambaú fica tão longe
na outra beira do mar
na outra beira da vida
na dor do meu lembrar.

No site Migalhas, encontrei lá uma pequena biografia de Wanda dizendo que ela nasceu no ano de 1949 no Rio de Janeiro e, ao completar 12 anos de idade foi viver na França, onde se formou pela École Supérieure d'Interprètes et Traducteurs.
Quem seriam seus pais?
Por que será que ela foi viver na França?
Com quem?
Para que?

 
 
Em 1974, seus primeiros poemas lhe valeram o primeiro lugar em um concurso de poesias organizado pela Université de Genève - foto acima trazida da página da escola no facebook - tendo Jean Starobinsky como presidente do júri.
Em 1986, publicou o livro Les Monstrillons (ed. Albert Meynier, Torino-Genebra).
Em novembro de 1999 voltou para o Brasil e, em janeiro de 2000 começou a escrever em português.
Teve um poema - "Se" - publicado no jornal literário Panorama da Palavra e apresentava-se em eventos de poesia falada no Rio de Janeiro. Se alguém tiver este SE, por favor me mande que quero conhecer.

O e-mail do filho diz o seguinte: ----------- "Poema escrito pela minha mãe amada.
Sofreu muito, por ter uma enfermidade mental e não contar com um apoio familiar adequado, ao longo da vida.
Que todas as pessoas que sofrem de deficiências psicossociais possam ter o amparo do Estado e o apoio familiar.
Ela teve o amparo do Estado no fim da vida, e morreu sozinha, mas com dignidade, sem passar necessidade."
Deus a tenha, Wanda Furtado Lins.

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