sexta-feira, 8 de maio de 2015

O DIABETES NÃO É BRINCADEIRA

Opinião - Essa batalha agora tem um novo soldado
Fernando Cury*

Caros amigos leitores, dedico este espaço a uma doença que atinge cerca de 12 milhões de pessoas em todo o Brasil - aproximadamente 6% da nossa população - e com a qual convivo de perto: o diabetes. Ela se apresenta quando a glicemia - taxa de açúcar no sangue - é alta demais. É silenciosa, ainda sem cura, mas se diagnosticada precocemente, por meio de um simples exame de sangue, e tratada da maneira adequada, pode ser controlada. 
Há dois tipos de diabetes: o tipo 1 não pode ser evitado, pois o pâncreas para de produzir a insulina, que é responsável por controlar o açúcar no organismo; e o tipo 2, que pode ser evitado com a prática regular de atividade física e alimentação saudável. Por acreditar que sempre é possível fazer algo para quem convive com esse distúrbio, no dia 30 de maio, com apoio de outros 30 parlamentares, solicitei a criação da Frente Parlamentar de Combate ao Diabetes na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 
Não foi apenas com base nas estatísticas e nas manifestações que chegam até mim sobre o sofrimento causado pelo diabetes que decidi colaborar. A motivação também veio da minha sobrinha, Beatriz, de sete anos, diagnosticada com a doença na sua tenra idade, aos quatro anos. Assim como acontece com todos os diabéticos diante desse diagnóstico, pude acompanhar de perto a difícil rotina imposta à minha irmã e ao meu cunhado, principalmente, mas também à minha família toda, pois tivemos de aprender a lidar com a doença e as mudanças de vida que ela trouxe, como o controle diário da glicemia, horários para aplicação de insulina e cuidados com a alimentação, em um monitoramento constante para que a Bia possa levar uma vida relativamente normal, principalmente nesta idade onde as guloseimas são as maiores vilãs. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, quase 250 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que 12 milhões de pessoas sejam portadoras da doença, sendo que metade delas não sabe disso. De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde, infelizmente, ocorrem por ano mais de 9 mil óbitos pela doença (um habitante por hora), muitos sem saber que são portadores. 
Com a frente parlamentar oficialmente criada, coloco-me à disposição das entidades que prestam assistência aos diabéticos para que apresentem suas demandas, sugestões e ideias para que juntos possamos difundir informação e minimizar as consequências da doença. 
Já recebi o apoio de dirigentes de associações como a de Jacareí e a de Indaiatuba, além do fundamental incentivo da vice-reitora da Unesp, doutora Marilza Vieira Cunha Rudge, médica ginecologista e pesquisadora do diabetes gestacional. Como deputado, quero usar todos os meios dos quais dispuser e, se preciso for, proporei ajustes na legislação para que tantas outras Bias, Marias, Josés e Joões também possam contar com informações corretas, acesso adequado ao sistema público de saúde e aos medicamentos e insumos necessários para o tratamento. 
* Fernando Cury é deputado estadual pelo PPS.

Transcrito do site oficial da Assembleia Legislativa

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