quarta-feira, 12 de abril de 2017

Quando falham os controles, sobra a cadeia

Por: Victor Poubel/ Extra 

À revelia de governos, o país caminha para resolver seus sérios problemas através da cadeia, com as prisões de políticos de diferentes ideologias e empresários corruptos que surrupiam os cofres públicos. Em paralelo, motivando isso, quase sempre, temos obras e serviços prestados com péssima qualidade, e, comumente, mal executados de propósito para alimentar um dispendioso processo de recontratação e continuísmo.
Enfim, tudo equivocado! Num mundo globalizado e a Internet, facilmente, podemos comparar, sem ser especialista, a diferença de uma obra realizada aqui e no exterior, entre produtos nacionais e estrangeiros, dos eletrônicos a uma simples cueca. Prédios residenciais parecem feitos de papel, onde se pode ouvir até um vizinho assobiando; as estradas, feitas num dia, e buracos aparecendo no outro. O custo disso, ao final, é muito caro para a sociedade.
Não se trata de mera incompetência, mas sim da sede indomável pelo dinheiro, e que se dane o resto. 
Normas, princípios e ética são atropelados, para dar passagem ao enriquecimento ilícito. Em inúmeros casos, se formam organizações criminosas, adentram e contaminam instituições públicas, que deveriam controlar, fiscalizar e corrigir, porém não o fazem para servir de proteção ao errado.
Nesse círculo vicioso estão as odiosas figuras dos corruptos e corruptores. 
Como se tem visto, o que é ruim ou está incorreto, deveria funcionar bem. No meio dos dois, existe uma situação que precisa ser resolvida que é disciplinada por alguma norma legal, e, provavelmente, que fora ou será violada. 
Nessa bifurcação, se encontra a corrupção mostrando um torto caminho, que muitos preferem seguir, se esquecendo que o tropeção pode estar mais adiante. Daí, a nojeira que estamos presenciando.
Reluzindo em forma de tábua de salvação de uma sociedade fragilizada e cansada de apanhar, aparece a PF, em última instância, colocando na cadeia aqueles que descumpriram a lei. Obviamente, nenhum juiz ou policial tem prazer de cercear a liberdade de ninguém, mas as penalidades são imposições definidas em lei - nada que não tivesse sido escrito antes e divulgado como crime. 
Com isso, sabidamente, existem determinados comportamentos não são tolerados.
Logo, indubitavelmente, antes da "casa cair", melhor seria que órgãos públicos fossem vigilantes no controle e fiscalização das práticas empresariais e nesse relacionamento com o poder público, e se antecipassem, orientando, corrigindo, aplicando multas, suspendendo atividades, punindo administrativamente, visando fincar uma nova consciência de que o errado não é permitido.
Todavia, havendo insistência, a cadeia será um bom lugar para teimosos refletirem.
 

Nenhum comentário: