sábado, 29 de abril de 2023

PREFEITOS LIXO DE SANTA CATARINA!

 

SC tem 15 prefeitos presos em operação que investiga esquema de corrupção em licitação de lixo; veja lista.
Investigação do MPSC começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Prisões equivalem, atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina.
Por Caroline Borges, Joana Caldas, Sofia Mayer e Dagmara Spautz, g1 SC e NSC TV/28/04/2023 



Prefeitos presos na Operação Mensageiro — Foto: NSC TV/ Reprodução
Deflagrada na manhã de quinta-feira (27), a 4ª fase da operação Mensageiro somou 15 prefeitos presos no Estado e colocou sob a mira um suposto esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades de Santa Catarina. Prisões equivalem, atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina e envolvem sete partidos.
A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Na 1ª fase, em 6 de dezembro de 2022, quatro prefeitos foram detidos.
Já na 2ª fase, em 2 de fevereiro de 2023, dois prefeitos foram presos. Na 3ª fase, o prefeito de Tubarão teve o mandado de prisão preventiva cumprido junto com o vice. Na 4ª fase, na quinta, foram presos oito chefes do executivo municipal.

Prefeitos presos
Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava;
Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva;
Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages, que agora está em prisão domiciliar;
Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo;
Marlon Neuber (PL), de Itapoá;
Joares Ponticelli (PP), de Tubarão;
Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá;
Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba;
Adriano Poffo (MDB), de Ibirama;
Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí.
Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras
Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo
Felipe Voigt (MDB), Schroeder

Também alvo de mandado de prisão, o prefeito Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim, não foi encontrado. Ele está na Europa, em viagem familiar, segundo a prefeitura.
O prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi solto mediante ao uso de tornozeleira eletrônica por causa de problemas de saúde. O restante dos políticos está preso, sendo cinco réus no processo.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

UM GÊNIO


São Miguel Arcanjo teve um grande gênio inventivo.
Nascido em Surierier, na Lituânia, em 07 de setembro de l905, MACKEVICIUS MIKOLAS chegou ao Brasil no final da década de 20.
Conhecendo a cidade de São Miguel, nela resolveu morar em 1948.
Dotado de uma grande bagagem de conhecimentos mecânicos, juntamente com o filho ROMUALDO MACKEVICIUS iniciaram a construção de projetos os quais foram até patenteados.
Entre seus inventos, o SUPER DESTOCADOR MACK com engate de 3 pontos, foi o último lançamento em implemento agrícola na época. Servia para destoca de café, leiteira, capoeira, eucalipto, etc.
A foto que ilustra é do ROMUALDO, que mora em São Paulo e inclusive está no facebook, de onde a surrupiei.
PAI E FILHO, PÉROLAS DO NOSSO PASSADO, COMO DIRIA O MIGUEL TERRA.




TEMPO DE VIVER...



E COMO NÓS VIVEMOS BEM...

Década de 70...
Quem não se lembra do corcel verde do Piero Carraro, do corcel azul do Pedroso ou do fusca vermelho do Pedro Mariano?
Dos festivais de MPB?
Daquele acidente lá na curva assassina do Bairro do Facão que quase ceifou a vida da Lirani, do Francisco, do Fernando, do Lorival, do Augusto, do Ivã, do Eriel, integrantes do "Som Enredo" de Sorocaba?
Até o Nozor também provou dessa curva, quando sua Kombi tombou em 1972.
Quem não se lembra da emoção do Toninho da Noca ao se tornar proprietário de uma máquina de escrever?
E do casamento da Irene com o Irineu?
Do Esporte Clube Banespa, campeão de futsal na Semana da Pátria, jogando com o Felice, o Bonilha, o Altevir, o Tarcísio, o Antunes e o Ivo?
E do baita susto do Pajé, quando fez 12 pontos na loteria esportiva?
E as mudas de rosas que o Roque Mariano comercializava?
Quem por acaso ouviu o Cântico do Tenente Urias criado pelo Miguel Nogueira Machado?
Teve também o casamento da Cristina Terra com o Tenente Sílvio.
Viram o Jesus Cristo vivido pelo José Antonio de Góes?
A Márcia Molitor travestida de Maria Madalena na Semana Santa?
Quem não se lembra da turma do Apito?- Iquinha, Carvão, Tata, Minhocão, Petybom...
E do Leonardo Iwassaki que se tornaria um grande empresário são-miguelense, campeão da uva rubi, quando da instituição das festas à Uva Itália?

Texto de Luiza Válio.

NÓS FOMOS FELIZES E SABEMOS DISSO.
GRAÇAS A DEUS!



O DESAMOR A SÃO MIGUEL: SUA HISTÓRIA VIRA PÓ QUE O VENTO CARREGA.


O DESAMOR A SÃO MIGUEL: SUA HISTÓRIA VIRA PÓ QUE O VENTO CARREGA.

Ailton Sewaybricker, que é uma das estrelas do Cruzeiro do Sul, e Orlando Pinheiro, dois são-miguelenses como eu, vêem nossa casa cair e lamentam muito. Eu, também. Na nossa casa viviam o Luís Valio, o Calixto João, o padre Chico, a Izabel Terra, o Fouad, o Harif.
Nossa casa era cheia de histórias. Nela se falava muito mal do demônio e muito bem de São Miguel Arcanjo. E as crianças se encantavam diante de suas portas ou abaixo de suas janelas.
Em nossa casa nasceu o futuro de uma cidade.
Mas, o futuro, quando é um filho ingrato, mata a própria mãe, que é a história.
Ainda é possível salvar?
Depende do amor filial de quem governa a cidade.
Mas, como eles são políticos, fica um certo medo. É que, infelizmente, quase todos destróem a história, porque a história só carrega heróis. E poucos políticos chegam a tanto.
Escrito em 17 de dezembro de 2009 por Miguel Arcanjo Terra.
Ilustração: a casa da Sul Paulista.




CONJUNTO BERNARDES JÚNIOR= QUANTO TEMPO TEM?


(Conjunto Bernardes Jr: Mingo Terra, Dito Marques, Irene, Dirceu de Campos, Zezo, Orlando Rosa, Jango Rolim, João Carlos, Benê, Zé de Campos. Acervo de Paulo Manoel.)



quinta-feira, 27 de abril de 2023

COM CERTEZA, UCHO HADDAD!

 

"Fosse o Brasil um país minimamente sério e com autoridades conscientes de seus respectivos papeis, Bolsonaro já estaria preso"

BRASIL/PORTUGAL:

 

Diplomas brasileiros dos ensinos fundamental e médio serão reconhecidos em Portugal.
 Oliveira

OS MACKEVICIUS



UM GÊNIO

São Miguel Arcanjo teve um grande gênio inventivo.
Nascido em Surierier, na Lituânia, em 07 de setembro de l905, MACKEVICIUS MIKOLAS chegou ao Brasil no final da década de 20.
Conhecendo a cidade de São Miguel, nela resolveu morar em 1948.
Dotado de uma grande bagagem de conhecimentos mecânicos, juntamente com o filho ROMUALDO MACKEVICIUS iniciaram a construção de projetos os quais foram até patenteados.
Entre seus inventos, o SUPER DESTOCADOR MACK com engate de 3 pontos, foi o último lançamento em implemento agrícola na época. Servia para destoca de café, leiteira, capoeira, eucalipto, etc.
A foto que ilustra é do ROMUALDO, que mora em São Paulo e inclusive está no facebook, de onde a surrupiei.
PAI E FILHO, PÉROLAS DO NOSSO PASSADO, COMO DIRIA O MIGUEL TERRA.

Texto de Luiza Válio.



RECORDAÇÕES DE 1970...


TEMPO DE VIVER, E COMO NÓS VIVEMOS BEM...

Década de 70...
Quem não se lembra do corcel verde do Piero Carraro, do corcel azul do Pedroso ou do fusca vermelho do Pedro Mariano?
Dos festivais de MPB?
Daquele acidente lá na curva assassina do Bairro do Facão que quase ceifou a vida da Lirani, do Francisco, do Fernando, do Lorival, do Augusto, do Ivã, do Eriel, integrantes do "Som Enredo" de Sorocaba?
Até o Nozor também provou dessa curva, quando sua Kombi tombou em 1972.
Quem não se lembra da emoção do Toninho da Noca ao se tornar proprietário de uma máquina de escrever?
E do casamento da Irene com o Irineu?
Do Esporte Clube Banespa, campeão de futsal na Semana da Pátria, jogando com o Felice, o Bonilha, o Altevir, o Tarcísio, o Antunes e o Ivo?
E do baita susto do Pajé, quando fez 12 pontos na loteria esportiva?
E as mudas de rosas que o Roque Mariano comercializava?
Quem por acaso ouviu o Cântico do Tenente Urias criado pelo Miguel Nogueira Machado?
Teve também o casamento da Cristina Terra com o Tenente Sílvio.
Viram o Jesus Cristo vivido pelo José Antonio de Góes?
A Márcia Molitor travestida de Maria Madalena na Semana Santa?
Quem não se lembra da turma do Apito?- Iquinha, Carvão, Tata, Minhocão, Petybom...
E do Leonardo Iwassaki que se tornaria um grande empresário são-miguelense, campeão da uva rubi, quando da instituição das festas à Uva Itália?

Texto de Luiza Válio.
NÓS FOMOS FELIZES E SABEMOS DISSO.
GRAÇAS A DEUS!



ESSE VAGABUNDO TEM QUE ESTAR PRESO.

 

Em depoimento à PF, Bolsonaro abusa da hipocrisia e diz que postou vídeo golpista “sob efeito de remédio”
Por Redação Ucho.Info/26 de abril de 2023.




Nesta quarta-feira (26), em depoimento à Polícia Federal, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que publicou “por engano” um vídeo com notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, pois estaria sob o efeito de medicamentos.
O depoimento, que durou cerca de duas horas, havia sido determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e tendo por base uma postagem feita pelo ex-presidente em 10 de janeiro.
Na data, Bolsonaro compartilhou um vídeo com uma declaração de um procurador de Mato Grosso do Sul que sustenta teses infundadas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, já desmentidas pelas autoridades. A postagem de Bolsonaro ocorreu apenas dois dias após a invasão das sedes dos três Poderes em Brasília e foi retirada do ar poucas horas depois.
Na avaliação de Moraes, o post poderia indicar uma ligação entre o ex-presidente e os atos golpistas por apoiadores de Bolsonaro insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais de outubro de 2022.

“Mensagem acidental”
Após o depoimento, o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, disse a repórteres que a mensagem publicada por Bolsonaro foi acidental.
“Tanto a postagem foi acidental que ele [Bolsonaro] não fez nenhum comentário em cima deste post e o apagou logo na sequência. O [ex-] presidente quando saiu de férias tratou a eleição como página virada. Em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele declinando que a eleição tenha sido fraudada”, disse o advogado.
O ex-chefe da Secom no governo Bolsonaro e atual assessor do ex-presidente Fabio Wajngarten, também presente no depoimento, confirmou que Bolsonaro alegou à PF que estava sobre o efeito de medicamentos e, por isto, fez a publicação sem querer. “Assim que alertado, apagou o vídeo”, acrescentou Wajngarten.

Sob efeito de morfina
De acordo com o portal de notícias G1, Bolsonaro teria dito à PF que queria salvar o vídeo para visualizá-lo mais tarde, mas acabou compartilhando o conteúdo de forma não intencional.
A defesa também alega que, no dia da postagem, Bolsonaro tinha acabado de receber alta hospitalar devido a uma obstrução intestinal e havia sido medicado com morfina.
Também segundo o G1, Wajngarten negou o envolvimento do vereador carioca Carlos Bolsonaro na postagem. Filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro costumava gerenciar as redes sociais do pai.
Neste mês, Bolsonaro já havia comparecido à Polícia Federal para prestar depoimento em outro caso. No dia 6 de abril, o ex-presidente foi ouvido no inquérito que apura se ele cometeu crime de peculato ao ficar com os itens de luxo que recebeu como presente da Arábia Saudita.

Desculpa absurda
No Brasil, infelizmente, as pessoas passaram a aceitar de forma passiva desculpas de criminosos que alegam uso de medicamentos ou declaração fora do contexto como justificativa para os ilícitos cometidos.
A declaração de Bolsonaro, de que estaria sob efeito de medicamentos quando postou nas redes sociais vídeo com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, é não apenas mais um atentado contra a democracia e o Estado de Direito, mas uma afronta à mais rasa inteligência.
Durante quatro anos, com ênfase na reta final da disputa presidencial, Jair Bolsonaro ameaçou criminosamente a democracia, sem que tivesse alegado estar sob efeito de medicamentos. Além disso, causa preocupação a passividade com que parte da população aceita e endossa os arroubos autoritários do ex-presidente.
Bolsonaro foi o mentor intelectual dos atos terroristas de 8 de janeiro, que buscavam um golpe de Estado, mas agora se faz de vítima. 
Fosse o Brasil um país minimamente sério e com autoridades conscientes de seus respectivos papeis, Bolsonaro já estaria preso. 

(Com agências de notícias)

LULA NÃO QUER GUERRA.


NEM EU!




quarta-feira, 26 de abril de 2023

*Nota à imprensa* ONTEM:


“Polícia Civil prende em flagrante homem na posse de arma de fogo utilizada pelo neto para ameaçar alunos em escolas de Cajati”

Policiais Civis da Delegacia de Cajati prenderam em flagrante, na manhã de hoje (25), um homem (57 anos) na posse ilegal de uma espingarda calibre 32 carregada, após localizarem o artefato ilícito por intermédio do cumprimento de mandado de busca e apreensão.
A investigação teve início após representantes das escolas públicas procurarem a Delegacia de Polícia e relatarem ameaças proferidas por um aluno (12 anos) com postagens em redes sociais com imagens da arma de fogo, informando de supostos ataques que ocorreriam nos próximos dias em escola da região.
Os policiais civis conseguiram identificar o usuário responsável pelas postagens e cumpriram, na manhã de hoje (25), um mandado de busca e apreensão na residência do adolescente, uma casa situada no Bairro Capitão Brás, em Cajati.
Os investigadores foram recebidos pelo avô do adolescente que acompanhou os trabalhos de busca. 
No quarto do menor foram apreendidos papelões cortados e desenhados em forma de arma de fogo e motoserra. 
No quarto do avô, os policiais civis localizaram a espingarda dentro do armário.
Lavrados os procedimentos legais referentes à prisão em flagrante, o suspeito foi conduzido ao sistema carcerário.

_Assessoria de Imprensa Polícia Civil (DEINTER-6)_

EX-GATA BORRALHEIRA

 

De gata borralheira a mitômana dissimulada, Michelle Bolsonaro admite ter recebido joias sauditas.
Por Redação Ucho.Info/26 de abril de 2023




Em novembro de 2021, durante festa de Natal no Palácio da Alvorada, Michelle Bolsonaro surgiu fantasiada de Branca de Neve. A epopeia de então foi um misto de populismo barato com vexame institucional, mesmo que primeira-dama não seja cargo oficial.
Diante de câmeras e microfones, assim como nos palcos de igreja evangélicas Brasil afora, Michelle sempre insistiu em passar a imagem de metade “cinderela” e metade “gata borralheira”. A investida caiu com luva sobre os incautos, mas não convenceu aqueles que conhecem os bastidores do poder, mas por motivos óbvios mantêm discrição em relação ao tema.
Quando o escândalo das joias sauditas veio à tona, Michelle Bolsonaro se fez de rogada e afirmou que desconhecia o assunto e sequer sabia que era destinatária de presente avaliado em R$ 16,5 milhões, trazido ilegalmente ao Brasil pelo então ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.
Jair Bolsonaro, que por ocasião do escândalo estava refugiado em Orlando, no estado norte-americano da Florida, evitou falar sobre o assunto publicamente, até que Michelle foi ao seu encontro nos Estados Unidos, onde certamente alinharam as balizas de um discurso uníssono.
Michelle, por sua vez, voltou ao Brasil antes do marido e evitou tocar no caso das milionárias joias sauditas, as quais Bolsonaro tentou arrancar da Receita Federal na base da “carteirada”, mas não teve sucesso. Depois descobriu-se que um segundo pacote com joias sauditas havia sido entregue a Bolsonaro, que se valeu de uma fazenda do ex-piloto Nelson Piquet para esconder o mimo em questão e outros mais.
Nesta terça-feira (25) o dia começou com a notícia, publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, de que Michelle Bolsonaro recebeu um segundo pacote com joias enviadas pelos sauditas, que como no caso anterior entrou no País de forma ilegal. A informação consta de depoimento prestado à Polícia Federal por uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República.
A terça-feira avançava e a notícia do Estadão provocava estragos nos bastidores de Brasília, até que Michelle, ao chegar ao Congresso Nacional para encontro com lideranças do PL, foi questionada sobre o caso. Ela alegou que quando disse desconhecer os milionários presentes enviados pela ditadura saudita, referiu-se apenas aos itens avaliados em cerca de R$ 16,5 milhões e retidos pela Receita durante fiscalização. De acordo com a ex-primeira-dama, seu desconhecimento não incluiria “joias masculinas”, mas apenas as femininas, que, conforme disse o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, eram destinadas a ela.
“Essas joias que chegaram no Alvorada foram joias masculinas. Então, estão me associando ao primeiro caso (do conjunto de diamantes apreendido pela Receita Federal), quando eu falei que não sabia, e não sei mesmo, tanto que essas joias continuam apreendidas, e essa, do Alvorada, está na Caixa Econômica Federal. O que que eu tenho a ver com isso?”, questionou Michelle, ao ser abordada por jornalistas.
O pacote recebido por Michelle Bolsonaro contém um relógio da marca Chopard, que custa cerca de R$ 800 mil. O modelo suíço, conhecido como L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, teve apenas 25 unidades produzidas em todo o planeta. As outras quatro joias são uma caneta, um anel, um par de abotoaduras e um masbaha (terço muçulmano), todos em ouro e cravejados de diamantes.
À Polícia Federal, o Departamento de Documentação Histórica informou que o conjunto, quando despachado para o Palácio da Alvorada, foi estimado em cerca de US$ 500 mil, o equivalente a R$ 2,5 milhões.
Causa espécie no imbróglio das joias sauditas o fato de que tanto Jair Bolsonaro quanto Michelle, que falsamente pregam a palavra de Cristo por toda parte, não se cansam de repetir o versículo bíblico João 8:32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

E JANJA ACEITOU!


Muito contente em aceitar o convite para coordenar a Rede de Inclusão e Combate à Desigualdade da Organização dos Estados Ibero-americanos, a OEIBrasil.
A rede está sendo criada para trabalhar transversalmente questões como a inclusão e o combate à desigualdade na Educação, Cultura e Direitos Humanos nos países membros. 
Na próxima semana, no escritório da OEI em Brasília, já realizaremos reunião do Grupo de Trabalho para definirmos os objetivos estratégicos e as primeiras ações concretas da rede!
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JANJA





LULA NA ESPANHA


Encontro com lideranças sindicais da Espanha.

"Tenho uma relação de amizade com os sindicatos espanhóis desde 1980. Quando viajo para fora, sempre gosto de encontrar os trabalhadores do país. Se os sindicatos forem fracos, a democracia também será".
- LULA -




OS HOLANDA:


NA FOTO: CHICO BUARQUE, O PAI SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA E O POETINHA VINÍCIUS DE MORAES.

In Fotos de Fatos.



ONDE OBTER DOCUMENTOS EM SÃO MIGUEL ARCANJO:

 

São Miguel Arcanjo - São Paulo: Guias para obter documentos

MOISÉS ELIAS DE ALMEIDA

 

FALECIMENTO: 26/04/2023, ÀS 03h36, EM SÃO MIGUEL ARCANJO – SP.
58 ANOS, AUTÔNOMO, SOLTEIRO.
FILHO DE ALFREDO SANTANA DE ALMEIDA E ROSA LIRA DE JESUS, DEIXA O FILHO GABRIEL.
SEPULTAMENTO: 26/04/2023, ÀS 16h30, NO CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.

F. Camargo.



terça-feira, 25 de abril de 2023

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, EM PORTUGAL

 

Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos aconteceu no dia 25 de abril de 1974, em Portugal, e lutou contra a ditadura, a crise econômica e as guerras em países colonizados da África.


Os cravos se tornaram símbolo da revolução que derrotou o fascismo em Portugal, a Revolução dos Cravos. [1]

A Revolução dos Cravos aconteceu em 25 de abril de 1974, em Portugal, que vivia em uma ditadura desde 1926. Esse regime continuou autoritário e ganhou ares fascistas com a ascensão ao poder de Antônio Salazar, que assumiu em 1932 e mudou a Constituição em 1933.
Nessa época, o país também passava por uma crise econômica e realizava guerras contra países colonizados na África. Formaram-se grupos guerrilheiros em Angola, Guiné e Moçambique, os quais as forças armadas portuguesas tiveram que combater, mesmo sendo contrários a isso, gerando insatisfação também nessa parcela da sociedade. Tudo isso culminou na referida revolução, que foi rápida e pacífica.
Após ela, as liberdades civis e democráticas foram retomadas e outros direitos conquistados, como o de votar. Os países africanos passaram por processos de independência e uma nova Constituição entrou em vigor em Portugal.

Os motivos da Revolução foram: a ditadura existente em Portugal desde 1926, as guerras coloniais na África e a crise econômica do país.
A ditadura salazarista foi o período em que Antônio Salazar, que tinha inclinações fascistas, esteve no poder de Portugal.
Os resultados da Revolução foram: a volta dos direitos civis e políticos para a população portuguesa e o início dos processos de descolonização na África.
Teve grande impacto na cultura de Portugal.

Antecedentes históricos da Revolução dos Cravos

O regime político português, até o ano de 1910, era o de uma monarquia constitucional, porém levantes reunidos pelo Partido Republicano Português transformaram-no em uma república, em outubro daquele ano.
O novo regime republicano e a participação na Primeira Guerra Mundial trouxeram transtornos políticos e econômicos. Politicamente, diante da crise, começaram a surgir movimentos conservadores que culminaram no golpe de maio de 1926, iniciando a Ditadura Nacional, que durou até 1933, quando foi estipulada uma nova Constituição — também ditatorial — e ascendeu ao poder Salazar, dando origem ao salazarismo.
Importante observar que tanto a Ditadura Nacional quanto o salazarismo foram formas de governo autoritárias, portanto, regimes ditatoriais, tanto é que Salazar já participava desse primeiro governo como ministro da Fazenda. Em 1932, tornou-se chefe de Estado como primeiro-ministro, e começou a articular com outros ministros a aprovação da nova Constituição, que instaurou uma ditadura de mais de 40 anos.

→ Ditadura salazarista (ou salazarismo)
A ditadura salazarista deu seus primeiros passos em 1932, quando Antônio de Oliveira Salazar assumiu o cargo de primeiro-ministro. Com isso, em 1932, a ditadura iniciada em 1926 adquiriu um caráter fascista, inspirada nas ideias de Mussolini, da Itália.
Um ano depois, a Constituição de 1933 proibia quaisquer liberdades de organização e expressão do povo português. A ditadura salazarista durou de 1933 a 1974, chegando ao fim com a Revolução dos Cravos. Salazar esteve no poder até 1968, quando teve um AVC e foi afastado, sendo substituído por Marcello Caetano. Desse modo, foram mais de 40 anos sem democracia no país.
O período do longo mandato de Salazar é também chamado de Estado Novo ou Segunda República de Portugal (sendo a Primeira iniciada em 1910). A concepção política desse regime era conservadora, baseada na força do Executivo e sem dar devido valor e legitimidade ao Parlamento, o que levou ao autoritarismo, encerrando o período liberal da Primeira República e, até mesmo, do regime monárquico constitucional anterior.
Salazar, antes de ser primeiro-ministro, foi ministro da Fazenda. Lá, foi apelidado Mago das Finanças, o que lhe garantiu grande popularidade. Também como em outros regimes fascistas, o salazarismo era centrado na figura do líder.
A Ditadura Nacional, inaugurada pelo golpe de 1926, aconteceu antes do Estado Novo. Governada por militares, ela havia “preparado o terreno” para o que viria com Salazar, retirando as liberdades democráticas da Constituição de 1911 e instalando um ordenamento provisório, substituído pela Constituição de 1933, de caráter fascista. Como características principais do salazarismo, pode-se destacar:corporativismo;
antipartidarismo;
antiparlamentarismo;
concentração de poderes nas mãos do presidente do Conselho de Ministros (Salazar);
lemas parecidos com os dos demais governos fascistas, como: “Deus, pátria e família” e “Tudo pela nação, nada contra a nação”;
defesa da “moral cristã”, com forte presença da Igreja Católica;
censura a tudo aquilo que ofendesse a “moral e os bons costumes”, especialmente na imprensa e na cultura;
culto ao chefe;
antiliberalismo político e econômico;
formação de organizações de jovens, para que aprendessem a disciplina da ditadura desde cedo e a defendessem;
forte propaganda política, com órgãos específicos para isso;
polícia política repressiva e com grandes poderes chamada Polícia Internacional e Defesa do Estado (Pide), que continha qualquer tipo de oposição, muitas vezes torturando, prendendo e enviando para campos de concentração (que Portugal mantinha em Cabo Verde, uma de suas colônias);
discurso anticomunista;
economia capitalista controlada pelo Estado;
controle da educação, que tinha de ensinar os valores da pátria e cristãos;
tutela dos sindicatos, fundando, em seus lugares, corporações.

Motivos da Revolução dos Cravos
A Revolução dos Cravos teve dois principais objetivos: o desejo pelo fim da ditadura, que já assolava o país há décadas, e o desejo pelo fim das guerras coloniais na África, que duravam 13 anos e eram motivo de descontentamento das forças armadas. A crise econômica também afligia o país à época, e o salazarismo havia perdido força desde a morte de Salazar, em 1970.
As guerras coloniais em países africanos foram motivos significantes para a Revolução porque, após a Segunda Guerra Mundial, as grandes potências europeias se viram obrigadas a reconfigurar seus mapas de influência e exploração mundo afora, sobretudo no continente africano. Porém alguns desses países europeus não aceitaram acordos e redivisões, entrando em conflitos diretos com as forças armadas dos países colonizados, que também já não aceitavam mais tal submissão. Um desses foi Portugal.
Portugal colocou as forças armadas portuguesas para lutarem contra Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, entre os anos 1960 e 1974. Os ditadores Salazar e Marcello Caetano foram decisivos para que esses conflitos acontecessem, já que afirmavam que as colônias estavam dentro da nação.
A Guerra Colonial Portuguesa, ou Guerra Ultramar, enfrentou frentes desses países, como, na Angola: a União dos Povos Angolanos (UPA), o Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA) e a Frente Nacional de Libertação da Angola (FNLA).
Os conflitos se estenderam por anos e foram muito sangrentos, até 1974, com a Revolução dos Cravos, que designou o regresso democrático em todas as terras lusitanas. Com isso, foi aberta uma rodada de negociações visando à descolonização.
O Tratado de Alvor, de 1975, queria a fundação de um governo provisório e transitório para gerir a descolonização, porém uma longa e sangrenta guerra civil ainda marcaria a história desses países, mesmo com o acordo.

O que foi a Revolução dos Cravos?
A Revolução dos Cravos foi o levante popular e militar que ocorreu em 25 de abril 1974 e que acabou com o salazarismo português. Com ela, grandes mudanças ocorreram no país, sobretudo o reestabelecimento das liberdades democráticas, que não existiam desde o golpe militar de 1926.
Na Segunda Guerra Mundial, apesar de Portugal ter se mantido neutro, foi afetado pelos acordos e redivisões geográficas e econômicas e, com isso, recusou-se a aceitar as independências das colônias africanas, dando origem a grupos guerrilheiros de libertação em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Com o AVC de Salazar, seu ex-ministro, Marcello Caetano, assumiu e seguiu com a mesma política.
A crise econômica e os desgastes nas guerras coloniais causaram grande contrariedade nas forças armadas e na população em geral, levando ao aparecimento de movimentos contra a ditadura. Assim, no dia 25 de abril de 1974, eclodiu a Revolução.
A Revolução dos Cravos aconteceu, de modo inesperado para Marcello Caetano, com o sinal da canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso no rádio e ocupações do Movimento das Forças Armadas (MFA) em locais estratégicos, em pouco tempo e em todas as regiões de Portugal. A música, entoada à 0 h, fez com que 1 milhão de pessoas cercassem os rádios em busca de mais notícias. 
Veja a letra da música a seguir:

Grândola, Vila Morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti, ó cidade


Dentro de ti, ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola, Vila Morena


Em cada esquina um amigo

Em cada rosto igualdade

Grândola, Vila Morena

Terra da fraternidade


Terra da fraternidade

Grândola, Vila Morena

Em cada rosto igualdade

O povo é quem mais ordena


À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade


Grândola a tua vontade

Jurei ter por companheira

À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade|1|

Marcello Caetano, rendido, primeiramente, foi para a ilha da Madeira. Depois viveu no Brasil até outubro de 1980, quando morreu, no Rio de Janeiro. Os portugueses deram cravos aos soldados, sendo colocados na ponta dos fuzis e usados para nomear a Revolução, que ocorreu quase sem derramamento de sangue.

Manifestantes em cima de um tanque comemorando o fim da ditadura salazarista, em 25 de abril de 1974. [2]

Cronologia da Revolução dos Cravos
25 de abril de 1974 é marcado como a data da Revolução dos Cravos. Abaixo, a cronologia dos dias que mudaram a história de Portugal:
→ 24 de abril de 1974, um dia antes da Revolução dos CravosÀs 22 h é instaurado o Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (MFA), no Regimento de Engenharia 1. Oficiais, que liderariam operações revolucionárias, reúnem-se.
Às 22h55min, a canção “E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, é veiculada pelas Emissoras Associadas de Lisboa. Essa era uma das senhas para informar à população que as operações estavam começando.
→ 25 de abril de 1974, o dia da Revolução dos CravosÀ 0h20min, a segunda senha — a que ficou mais conhecida como símbolo da Revolução — é tocada: “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, passa no programa Limite, da Rádio Renascença, confirmando que os militares estavam em marcha definitiva.
Entre essas operações, estavam ocupações de locais estratégicos, como: Rádio e Televisão de Portugal (RTP); Emissora Nacional, Rádio Clube Português (RCP); Aeroporto de Lisboa; Quartel-General; Estado-Maior do Exército; Ministério do Exército; Banco de Portugal; e Marconi Comunicações Internacionais, que foram ocupados simultaneamente, a partir da 0h:30min do dia 25 de abril.
Às 3h45min da manhã, o MFA apresenta seu primeiro comunicado, no Rádio Clube Português.
Às 5h45min da manhã, as Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém (cidade bem próxima da capital), comandadas pelo capitão Salgueiro Maia, grande liderança expoente do MFA, chegam ao Terreiro do Paço, em Lisboa.
Às 9h da manhã, a fragata Gago Coutinho é ordenada a parar em frente ao Terreiro do Paço e contra-atacar, porém a ordem não é obedecida.
Às 11h45min, é anunciado, pelo MFA, que se detém o controle de todo o país.
Às 12:30min, são dadas ordens para que atacar o Quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR), a fim de que Marcello Caetano se rendesse. A essa altura, a população já estava nas ruas (desde às 5 h da manhã) e acompanhava os momentos de tensão e trocas de tiros, mas também comemorando e colocando cravos nos fuzis.Às 15h30min, o primeiro-ministro ainda não tinha se rendido e as ameaças de disparos no quartel tornam-se maiores.
Às 16h30min, após acabar o limite de tempo para sua rendição, Marcello Caetano anuncia sua sujeição, solicitando que um membro do MFA de alta patente vá até o quartel.
Às 17h45min, é hasteada a bandeira branca e começa-se a negociar os termos da rendição.
Às 18h30min, um veículo blindado entra no local e retira Marcello Caetano e dois ministros que são levados para o Posto de Comando do MFA.
Às 20 h, policiais da Pide, a polícia ditatorial, atiram na população. Quatro pessoas morrem e 45 ficam feridas.
Às 20h05min: O MFA lê e transmite nas emissoras sua Proclamação.
→ 26 de abril de 1974, um dia depois da Revolução dos CravosÀ 1h40min, é apresentada a Junta de Salvação Nacional, formada por militares que lideraram as operações.
Às 7h40min, Marcello Caetano e demais membros do alto escalão de seu governo partem para a ilha da Madeira.
Às 9h45min, a Pide é rendida.
Às 13h, em algumas regiões de Portugal, são iniciadas as libertações de presos políticos.

Consequências da Revolução dos Cravos
As consequências da Revolução dos Cravos foram momentos de autogestão dos trabalhadores e de conquistas de diversos direitos que haviam sido perdidos em tantos anos de ditadura.
Ao mesmo tempo, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe tornavam-se países independentes, num processo que durou de abril de 1974 a novembro de 1975, com a descolonização pós-Revolução dos Cravos.
Até o final daquele ano, Portugal passou pelo Processo Revolucionário em Curso (Prec), que foi conturbado, com várias tentativas de golpes pelas forças salazaristas que ainda estavam no país e se organizavam para as Eleições da Assembleia Nacional Constituinte.
Após 25 de abril, foram registradas algumas tensões, como a de maio de 1975. Esse momento foi nomeado Verão Quente e consistiu em uma reação da Igreja Católica e de setores conservadores, que temiam a radicalidade de certos setores da esquerda pós-Revolução.
Para que esses setores não crescessem e se fortalecessem mais, facções conservadoras realizaram vários ataques, especialmente em sede de movimentos, sindicatos e partidos. Elas também eram contra as ocupações e expropriações de terras. Além disso, o programa do MFA trazia um trecho que rechaçavam: dizia que o país passaria por uma reorganização socialista.
Em 25 de abril de 1975, um ano após a Revolução, aconteceu a primeira eleição direta depois de 41 anos de ditadura, e os socialistas foram vencedores. Mais um ano depois, em 1976, também no aniversário da Revolução, começou a vigorar a nova Constituição.
Além dos direitos civis e políticos, a nova Carta Magna garantiu: direito à saúde, cultura, educação, habitação, previdência social etc. Ainda, como vimos, ocorreram processos de nacionalização e independência nas colônias.
O dia 25 de abril é, ainda hoje, feriado em Portugal e é chamado de Dia da Liberdade.

Cultura e Revolução dos Cravos


Ainda hoje, a Revolução dos Cravos é referência de cultura e de luta para os portugueses, que, todos os anos, vão às ruas no dia 25 de abril. [3]

A Revolução dos Cravos inspirou e ainda inspira escritores(as), compositores(as), poetas, músicos(as) e demais artistas. A Revolução dos Cravos, em si, é uma manifestação cultural, afinal, ela foi iniciada com música e usou a simbologia das flores no lugar das armas. Confira abaixo canções, filmes e obras literárias sobre esse evento histórico.

→ Revolução dos Cravos e o cinema
Existem produções cinematográficas ficcionais, além de documentários, que se inspiraram na Revolução. Veremos alguns desses abaixo, produzidos pela MHD – Magazine.HD, uma produtora portuguesa:Torre Bela (1975): de Thomas Harlan, retrata a tomada de uma propriedade rural pelos trabalhadores agricultores, quase um ano após a Revolução, em uma área do país que o Partido Comunista ainda não tinha alcançado e alguns salazaristas ainda se refugiavam. Esses camponeses estiveram, em sua maioria, presos e torturados durante a ditadura.
As armas do povo (1975): de Alberto Seixas Santos, é um compilado de imagens da Revolução feitas por diversos cineastas, inclusive o brasileiro Glauber Rocha, que foi a Portugal testemunhar e registrar o momento revolucionário.
Outro país (1999): de Sérgio Tréfaut, é também um documentário no formato de compilação de cenas e fotos, porém o realizador foi atrás, muito anos depois, de imagens inéditas no mundo todo, afinal, não só Glauber Rocha esteve lá mas o também brasileiro e fotógrafo Sebastião Salgado, entre outros de outros países e reconhecidos globalmente.
Capitães de Abril (2000): de Maria de Medeiros, é considerado uma das principais obras do cinema português. São utilizadas as memórias de Salgueiro Maia, um capitão do exército português que foi responsável pela liderança das forças armadas revolucionárias, interpretado pelo ator italiano Stefano Accorsi.
As ondas de Abril (2013): de Lionel Baier, é também uma ficção. Conta a história de jornalistas suíços que estão em Portugal por acaso, para outras reportagens, quando, de repente, são surpreendidos pela Revolução dos Cravos e passam a cobri-la, rendendo-lhes as grandes matérias de suas vidas.

→ Revolução dos Cravos e a televisão
Na TV, o Canal History apresentou o documentário 25 minutos de uma Revolução. Dirigido por Pedro Fonseca e produzido pela Produtora Sete Sentidos, essa obra não ficcional e televisiva mostra entrevistas exclusivas com: os capitães reformados de Abril Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço; o radialista da Rádio Renascença Manuel Tomás; o jornalista Carlos Albino; o diretor dos Serviços de Informação do governo de Marcello Caetano, Pedro Feytor Pinto; o cantor de “E depois do adeus”, Paulo de Carvalho; e o fotógrafo Alfredo Cunha.

→ Revolução dos Cravos e a música
A história da Revolução dos Cravos está diretamente ligada à música, afinal, a senha emitida via rádio pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) foi a canção de José Afonso, “Grândola, Vila Morena”.
Compositores brasileiros homenagearam a Revolução, e um deles também teve sua música censurada na ditadura daqui: “Tanto mar”, composta por Chico Buarque em 1978.
Na década de 1980, a dupla gaúcha Kleiton e Kledir lançou “Vira virou”, regravada por diversos outros artistas, inclusive Mercedes Sosa, cantora argentina considerada “a voz da América Latina”.

→ Revolução dos Cravos e a literatura
A Revolução dos Cravos influenciou muitos campos da cultura, entre eles a literatura. Foram publicados vários livros a respeito, além de poesias, peças de teatro e histórias infantis.
O pesquisador Gerson Luiz Roani, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, no trabalho “Sob o vermelho dos cravos de Abril”, diz que:
[...] há uma profunda vinculação entre as transformações políticas ocorridas em Portugal, após 1974, e a produção artística lusitana das últimas três décadas. Com a Revolução dos Cravos, a arte literária portuguesa empreendeu a revisitação crítica dos seus caminhos artísticos, sobre os quais havia pairado, durante meio século, a ação da censura salazarista. Com a liberdade, a Literatura Portuguesa passou a viver um período de notável efervescência criadora. No âmbito da produção narrativa, podem ser percebidas tendências marcantes do romance português, tais como a tematização da Guerra Colonial mantida por Portugal, na África, a emergência do feminino no campo da escritura literária e, sobretudo, a transfiguração e reescrita da História pela Literatura.|2|

O famoso escritor José Saramago foi o autor da peça A Noite, de 1979, que trata da madrugada do dia da Revolução dos Cravos.

Entre as poesias, destaca-se: “Poema de Abril” (1974), de Sidónio Muralha; “As portas que Abril abriu” (1975), de José Carlos Ary dos Santos; e “25 de Abril” (1977), de Sophia de Mello. Entre as obras infantis: Era uma vez o 25 de Abril (2014), de José Fanha.

Destacamos também o recente Capitãs de Abril, de 2014, da autora Ana Sofia Fonseca, que traz a visão revolucionária pelas vozes femininas, mostrando a importância delas, mesmo que, na maioria das vezes, não sejam lembradas. Uma delas, Celeste Martins Caeiro, foi a primeira a fazer o gesto-símbolo da Revolução, colocando um cravo em um rifle.

Grândola, Vila Morena

segunda-feira, 24 de abril de 2023

CHICO AGRADECE O PRÊMIO CAMÕES

 

“A ameaça fascista persiste”: leia a íntegra do discurso de Chico Buarque ao receber o Prêmio Camões.
Publicado por Beatriz Castro
 24 de abril de 2023 às 16:16

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Chico Buarque

O cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda recebeu nesta segunda-feira (24) o Prêmio Camões das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A premiação é a mais importante da literatura em língua portuguesa e ocorre na cidade de Sintra, em Portugal.
Ao discursar, o artista falou da espera de quatro anos para receber a premiação e disse que o reconfortante é saber que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “teve a fineza de não sujar o diploma do seu Prêmio Camões”. Ele lembrou os anos do último governo e disse que “nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste, no Brasil como um pouco por toda parte”.

Leia o discurso na íntegra:

Ao receber este prêmio penso no meu pai, o historiador e sociólogo Sergio Buarque de Hollanda, de quem herdei alguns livros e o amor pela língua portuguesa. Relembro quantas vezes interrompi seus estudos para lhe submeter meus escritos juvenis, que ele julgava sem complacência nem excessiva severidade, para em seguida me indicar leituras que poderiam me valer numa eventual carreira literária.
Mais tarde, quando me bandeei para a música popular, não se aborreceu, longe disso, pois gostava de samba, tocava um pouco de piano e era amigo próximo de Vinicius de Moraes, para quem a palavra cantada talvez fosse simplesmente um jeito mais sensual de falar a nossa língua. Posso imaginar meu pai coruja ao me ver hoje aqui, se bem que, caso fosse possível nos encontrarmos neste salão, eu estaria na assistência e ele cá no meu posto, a receber o Prêmio Camões com muito mais propriedade.
Meu pai também contribuiu para a minha formação política, ele que durante a ditadura do Estado Novo militou na Esquerda Democrática, futuro Partido Socialista Brasileiro. No fim dos anos sessenta, retirou-se da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em solidariedade a colegas cassados pela ditadura militar. Mais para o fim da vida, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, sem chegar a ver a restauração democrática no nosso país, nem muito menos pressupor que um dia cairíamos num fosso sob muitos aspectos mais profundo.
O meu pai era paulista, meu avô, pernambucano, o meu bisavô, mineiro, meu tataravô, baiano. Tenho antepassados negros e indígenas, cujos nomes meus antepassados brancos trataram de suprimir da história familiar. Como a imensa maioria do povo brasileiro, trago nas veias sangue do açoitado e do açoitador, o que ajuda a nos explicar um pouco.
Recuando no tempo em busca das minhas origens, recentemente vim a saber que tive por duodecavós paternos o casal Shemtov ben Abraham, batizado como Diogo Pires, e Orovida Fidalgo, oriundos da comunidade barcelense. A exemplo de tantos cristãos-novos portugueses, sua prole exilou-se no Nordeste brasileiro do século XVI. Assim, enquanto descendente de judeus sefarditas perseguidos pela Inquisição, pode ser que algum dia eu também alcance o direito à cidadania portuguesa a modo de reparação histórica.
Já morei fora do Brasil e não pretendo repetir a experiência, mas é sempre bom saber que tenho uma porta entreaberta em Portugal, onde mais ou menos sinto-me em casa e esmero-me nas colocações pronominais. Conheci Lisboa, Coimbra e Porto em 1966, ao lado de João Cabral de Melo Neto, quando aqui foi encenado seu poema Morte e Vida Severina com músicas minhas, ele, um poeta consagrado e eu, um atrevido estudante de arquitetura. O grande João Cabral, primeiro brasileiro a receber o Prêmio Camões, sabidamente não gostava de música, e não sei se chegou a folhear algum livro meu.
Escrevi um primeiro romance, Estorvo, em 1990, e publicá-lo foi para mim como me arriscar novamente no escritório do meu pai em busca de sua aprovação. Contei dessa vez com padrinhos como Rubem Fonseca, Raduan Nassar e José Saramago, hoje meus colegas de prêmio Camões. De vários autores aqui premiados fui amigo, e de outras e outros – do Brasil, de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde – sou leitor e admirador. Mas por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto em ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim.
Valeu a pena esperar por esta cerimônia, marcada não por acaso para a véspera do dia em os portugueses descem a Avenida da Liberdade a festejar a Revolução dos Cravos. Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado e eu já me perguntava se me haviam esquecido, ou, quem sabe, se prêmios também são perecíveis, têm prazo de validade. Quatro anos, com uma pandemia no meio, davam às vezes a impressão de que um tempo bem mais longo havia transcorrido.
No que se refere ao meu país, quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste, no Brasil como um pouco por toda parte.
Hoje, porém, nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula. Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo.

MUITO OBRIGADO.