E, na década de 70, com seus medicamentos fortes, foram enfraquecendo principalmente as mulheres, que estavam mais sujeitas a mudanças de comportamento, segundo os doutores, devido às atribulações da própria vida que não ia além de cuidar da casa, do marido e dos filhos.
O argumento utilizado pelos médicos, em todo o Brasil, e em minha cidade também, era o mesmo de hoje. A vida psíquica vem seguindo seu curso e de repente eventos mentais podem acontecer; por exemplo, a depressão, e neste caso vamos usar um remédio ‘contra a depressão’. Mas se ao contrário de deprimir a vida se torna agitada, eufórica, maníaca é hora então de usar os antimaníacos que no prático são conhecidos pelo nome de estabilizadores do humor. Pode acontecer de a vida encher-se de ansiedade, com muitos medos, agitação, estresse, etc... Neste caso vamos nos valer de um remédio anti-ansiedade, etc...
Não houve ninguém, de família nenhuma no Brasil, e em minha cidade também, que não tivesse entrado para o mundo das "drogas", pois não diziam eles que os remédios novos acabavam com as dores, com o desânimo, com a depressão?
Começaram a chover receitas para se comprar dos tais psicotrópicos.
Nas farmácias, havia uns livros enormes onde eram cadastradas todas as pessoas que precisavam dessas "drogas" (psicotrópicos) para viver.
Era gardenal, dolmadorm, valium, diazepan, frisium, sonebon, motival, somalium, lexotan, olcodil, mesmerin, zirbanil, librium, lorax, lexoton, melbril, diazetard, stelapar, neozine, natisedine, amplictil psiquiátrico, halcion, akineton, equilide, anafranil, inibex, frontal, diempax, rivotril, urbanil, madalen, psicosedin, diazelong, noctal.... Já parou para ver como aumentou a lista desses "remédios"?
O que aconteceu então?
Parece que uma legião de mortos vivos - ou vivos mortos? - sem coragem, sem ânimo, sem peito para nada começaram a surgir por todos os lugares no Brasil, e em minha cidade também.
Hoje, os filhos, os netos, os bisnetos desses usuários, em todo o Brasil, e em minha cidade também, para que servirão?