Crise na relação entre Bolsonaro e o Congresso confirma o que antecipou o UCHO.INFO na campanha.
Por Redação Ucho.Info/
25 de março de 2019.
Quando o UCHO.INFO afirmava, durante a eleição presidencial, que o Brasil necessitava eleger um candidato com capacidade de fazer o processo de transição para um patamar que permitisse ao País navegar em águas calmas, nosso intuito era mostrar à sociedade a importância de se ter no Palácio do Planalto alguém com condições de dialogar com o Congresso Nacional e aprovar as medidas de interesse da nação.
Que Jair Bolsonaro é despreparado em termos políticos, mesmo após ter passado 28 anos na Câmara dos Deputados, até ele próprio reconhece, mas o estrago está feito e é preciso saber como desatar o nó que se formou a partir da escolha equivocada que surgiu das urnas.
Avesso à articulação política e sem competência para formar uma base de apoio ao próprio governo, Bolsonaro depende de aliados, os quais são alvo de suas destemperanças, muitas delas materializadas através dos filhos.
Essa receita de governança não irá muito longe e tende a levar o País a uma derrocada muito maior do que experimentamos na última década, caso o cenário não seja revertido a tempo e com a devida responsabilidade.
Em Santiago, antes de retornar ao Brasil, Jair Bolsonaro reagiu às críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse que a articulação política para a aprovação da reforma da Previdência era assunto de responsabilidade do Congresso e que ele não iria para o campo de batalha.
“Por ser uma pessoa inteligente, não vou entrar nessa disputa. Somos independentes. Não serei levado a campo de batalha diferente do meu. Eu respondo pelos meus atos no Executivo. Legislativo são eles, Judiciário é o Dias Toffoli. Isso se chama democracia”, afirmou o presidente da República aos jornalistas ao ser questionado sobre as declarações de Maia, para quem a responsabilidade de conseguir votos para a aprovar a reforma é do governo.
Bolsonaro abusa da prepotência ao falar em “velha política” para tentar impor à força o seu estilo de governar, se é que isso pode ser considerado como tal.
G
overno de coalizão não é crime, mas o presidente da República continua acreditando que o mundo político tem o dever de ajoelhar-se diante de sua figura, o que certamente não acontecerá.
“Nós temos que fortalecer o nosso país. Não são todos, mas alguns, que não estão acostumados com a nova forma de fazer política. A anterior deu errado, e olha onde estão os ex-presidentes. Eu não quero ir para lá (cadeia). Não irei para lá por esses mesmos erros. Jamais. O Brasil é maior que todos nós”, disse Bolsonaro, como se fosse um profeta.
O presidente não sabe como lidar com a questão da reforma da Previdência no Congresso e por isso empurra a responsabilidade aos parlamentares, mas é preciso destacar que é dever do governo garantir a aprovação de matérias de interesse do País.
Para isso existe o ministro-chefe da Casa Civil, que deveria cuidar da articulação política do governo.
Se Onyx Lorenzoni não dá conta do recado, a porta da rua é serventia da casa.
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