segunda-feira, 25 de março de 2019

NO ERES BIENVENIDO

Repassando...


O jeito "novo" de Bolsonaro fazer política alcançou um feito inédito no futebol mundial, uniu as torcidas rivais dos principais times do Chile. As torcidas organizadas do Universidad de Chile e do Colo-Colo, realizaram uma passeata conjunta, neste sábado, em Santiago contra o que chamam de visitante indesejado.
“Bolsonaro não é bem-vindo”, dizem os chilenos.
As declarações do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendendo a política econômica do ditador Augusto Pinochet, que assassinou milhares de pessoas, conseguiram outro feito inédito: uniu os políticos do governo e da oposição chilena contra a presença dos governantes brasileiros no Chile.
Nem o anfitrião direitista Sebastián Piñera aceitou a fanfarronice de Onyx. O atual presidente chileno Sebastián Piñera condena a ditadura e sempre faz questão de afirmar que votou pelo “não” no plebiscito que colocou fim ao regime de Pinochet.
A chamada Frente Amplio de políticos chilenos entregou ao presidente Piñera uma petição solicitando que Bolsonaro seja declarado persona non grata.
“Não me lembro de declarações assim de um governo cujo mandatário pisou em solo chileno. Elas ofendem não só as vítimas das violações de direitos humanos, mas o país inteiro”, disse o senador Jaime Quintana - presidente do Senado.
“A menção deste porta-voz do presidente Bolsonaro, um personagem importante do governo brasileiro, a um ‘banho de sangue’ no Chile é uma afronta a todas as pessoas que perderam familiares, a todos que sofreram com as violações de direitos humanos”, afirmou o deputado Iván Flores - presidente da Câmara dos Deputados.
Vergonha suprema: depois de responderem as barbaridades de Lorenzoni, os presidentes da Câmara e do Senado chilenos, afirmaram que não participariam, neste sábado, do almoço oferecido pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, a Bolsonaro. Isto nunca aconteceu com nenhum presidente brasileiro, em nenhuma visita a um pais estrangeiro.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o deputado federal Tomas Hirsch também se recusou a ir ao almoço com a seguinte justificativa: “Obviamente não vou participar de um almoço com um populista fascista, violento e perigoso como Bolsonaro”.
Para fechar o dia, o presidente Jair Bolsonaro, aquele ser que idolatra a ditadura brasileira e elogia torturadores assassinos, disse mais uma vez, durante o almoço que políticos chilenos preferiram não participar, que "algumas pessoas não querem largar a velha política".
A velha política tem razão: Xô bolsonaro!

Claudemir Casarin - psicólogo/socionomista

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