No Carnaval, ganham as administrações públicas locais, mesmo fechadas, o governo do estado, o governo federal, a deputadaiada só no descanso remunerado, o funcionário público, idem.
Ganham os baianos correndo atrás dos trios elétricos que engorduram as contas bancárias da Ivete Sangalo, da Daniela Mercury, dos filhos de Gandhi e do resto dos cantadores/tocadores/agitadores.
Ganham os mineiros, os olindenses, a rapaziada fazendo arrastões nas cidades e nas praias, os traficantes de entorpecentes, os ricos e os pobres só na imitação.
Mas quem ganha mais é a Globo que aborca tudo isso em forma de Ibope.
Carnaval sem Globo?
Não dá!
Onde é que os homens vão poder se mostrar vestidos de mulher ou chupando chupeta?
Onde é que a mulherada da TV vai posar à frente das baterias das escolas de samba mostrando o corpão nos mínimos detalhes?
Só não ganha no Carnaval o pobre do lavrador que se esconde no meio do mato e vive lá cavando da terra seu próprio sustento, longe da vida que se esvai perdida pela tecnologia nos centros do mundo, longe de amigos dito virtuais, que nem sabe o que é isso...
Mas será que ainda tem lavrador assim neste mundo de Deus?
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