terça-feira, 23 de novembro de 2021

DR. FÁBIO CÉSAR DE MORAES, 99 ANOS!

 


Se vivo fosse, o Dr. Fábio César de Moraes estaria fazendo 99 anos, ele que nasceu em Itapetininga aos 23 de novembro de 1922.
Foi o primeiro médico contratado para cuidar da saúde dos são-miguelenses.
Falecido em 20 de março de 1954 - morreu jovem - hoje ele empresta seu nome ao Centro de Saúde local.
BIOGRAFIA:
Filho de Flora Prestes Cesar (filha do Coronel Avelino Cesar e Elisa Prestes, nascida no ano de 1.898 em Itapetininga e falecida na cidade de Sarapuí, em 1.948) e Romeu de Moraes (nascido em 1.896, em Itapetininga, ele que era filho de José Mariano de Moraes e Maria Eugênia de Moraes, e faleceu em São Paulo).
Fábio teve dois irmãos: Elisa Cesar de Moraes e Nereu Cesar de Moraes, ambos nascidos em Itapetininga.
A irmã Elisa casou-se com Mauro de Mello Leonel, nascido em 1.920 e falecido em 2.011.
Já o irmão Nereu construiu uma carreira de sucesso; nasceu aos 24 de abril de 1.924, e integrou o Ministério Público do Estado de São Paulo de 1.948 a 1.967, quando então foi nomeado Juiz do Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. Em dezembro de 1.977, foi promovido ao cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde exerceu a terceira Vice-presidência durante 1.984/1.985, e a presidência de 1.988 e 1.989. De 1.990 a 1.992 exerceu a Vice-diretoria da Escola Paulista da Magistratura e Diretor da mesma de 1.992 a 1.994. Em 1.990 e 1.994 presidiu a Subcomissão de Organização Judiciária, criada para a realização de estudos visando à organização e divisão judiciária do Estado.
Em 1.986, Nereu César de Moraes foi designado para elaborar o projeto do Regimento Interno do Tribunal de Justiça. Aposentou-se do cargo de Desembargador em 15 de abril de 1.994.
Fábio Cesar de Moraes fez Medicina e tão logo formou-se veio prestar seus serviços ao povo de São Miguel Arcanjo, que o tinha em máxima consideração, numa época em que eram raros os médicos formados prestarem seus serviços pelo interior do país.
Casado, aqui residiu na Rua Armando Sales de Oliveira, 419, imóvel de propriedade de Antonio Primo Nalesso, do qual era locatário; hoje esse imóvel pertence à família de Veraldo Mossin.
Fábio Cesar de Moraes foi o primeiro médico da cidade a trabalhar no primeiro Posto de Saúde da cidade, localizado na esquina da rua onde residia, confluência com a Rua Coronel Fernando Prestes.
Naquele tempo, haviam algumas parteiras na cidade, mas os partos mais complicados eram por ele assistidos.
Teve como grande colaboradora pelo tempo que viveu por aqui, a saudosa senhora Maria da Paz, que o auxiliava no seu consultório.
Maria da Paz casou-se com Teófilo Moisés e tiveram apenas uma filha, a professora aposentada Terezinha Antonia Moisés Miguel, hoje com 88 anos de idade.
Além de Maria da Paz, José Expedito Machado, o popular Bem, e um rapaz chamado Nardo também o auxiliavam no Posto de Saúde.
Era costume do grande e jovem médico proporcionar todo final de ano um feliz Natal para as pessoas mais necessitadas dentre aquelas que ele atendesse naquele ano.
Para que obtivesse sucesso nesse mister, comércio e população se dispunham a ajudá-lo a montar as cestas.
Nunca deixou de ajudar o próximo.
Fábio Cesar de Moraes faleceu em São Paulo, aos 20 de março de 1.954, com apenas 32 anos.
Logo que faleceu, a Câmara Municipal decidiu denominar uma Praça - foto do arquivo de Luiza Válio mostrando como era a praça Dr. Fábio Cesar de Moraes - que havia no final da Rua Aurora, hoje, Rua Manoel Fogaça, com o seu nome.

Nesse terreno antigamente fora assentado o primeiro cemitério da cidade.
No ano de 1.973, nova homenagem a cidade lhe fazia: tornou-se patrono do Centro Cirúrgico da Santa Casa local.
Na ocasião, para descerrar o pano da placa comemorativa foi escolhido o casal Luiz Balboni e senhora Francisca Fogaça Balboni, amigos íntimos do saudoso médico.
Foi a senhora Francisca Fogaça Balboni quem discursou, evidenciando os feitos do Dr. Fábio, expondo o motivo da honraria.
Também usou da palavra o Dr. Paulo Régis, que falou sobre Osvaldo Cruz, patrono da Santa Casa, e terminou dizendo que a medicina brasileira deve muito aos médicos filhos de pobres.
Na mesma ocasião, houve encerramento do concurso de cartazes alusivos à Santa casa, ficando o primeiro prêmio com Elisa Saeko Ikeuti Meiga, o segundo com Alice Arantes Galvão e o terceiro com Ademir Nogueira Machado, o Didi.
Ao final do evento, houve um coquetel muito bem servido pelas funcionárias da Santa Casa e pela professora dona Dedé, esposa de Miguel Dias.
Miguel Dias e Sérgio França muito auxiliavam ao Dr. Régis nas obras da Santa Casa.
Quem esteve por lá se lembra, com certeza, dos salgadinhos e das champanhas que foram fartamente distribuídos.
O tempo passou.
A cidade acabou perdendo a Santa Casa de Misericórdia e, em consequência, o Centro Cirúrgico que ficava em suas dependências e, para não deixar esquecido o grande médico que São Miguel possuiu, n a década de 90 seu nome foi elevado a PATRONO do Posto de Saúde que se fez construir no terreno da antiga Praça que levava o seu nome, a poucos metros do prédio da Câmara de Vereadores da cidade.
Merecidamente.

- Luiza Válio -






1Luiza Válio

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