quarta-feira, 9 de março de 2022

AS ANDORINHAS

 

No fundo, no fundo,
bem no fundo da mente
até ao nada da carne,
as pessoas ainda se parecem
e, como as andorinhas
que a Vera tão bem retratou,
vão andando em bandos,
quietas, qual relógio parado no tempo.
De repente reativa-se a vida
e, sorrateiramente,
as andorinhas não estão mais lá:
só as que foram salvas pelas lentes da Vera.

- Luiza Válio -




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