SÃO MIGUEL NO ANO DE 1.959
As escolas rurais do município mais pareciam uns criadouros de cabras e porcos, apesar das verbas que eram votadas todos os anos para sua conservação.
Não havia educação de adultos, muito embora a verba de 20% da arrecadação de impostos estivesse sendo cobrada.
Não se aplicava nenhum incentivo em benefício da ordem rural.
Os mais carentes não recebiam ajuda do governo municipal e nem estadual. Sequer agasalhos, alimentos, roupas ou medicamentos eram distribuídos por aqui.
Até mesmo os proprietários das casinhas cobertas de sapé situadas na Vila Bela Vista e nos subúrbios da cidade eram obrigados a pagar impostos.
Moradores de bairros como Santa Cruz, Turvinho, Turvo dos Calaças e Justinada requeriam cemitérios próprios, sem nenhuma satisfação ou retorno.
As motoniveladoras só passavam pelas estradas em vésperas de eleições.
As pontes não estavam sob responsabilidade de técnicos preparados quer para sua construção quer para reparos.
Não havia Departamento de Obras.
Rede de água e esgoto, nem pensar.
O telefone funcionava de modo sofrível.
As ruas não eram calçadas e nem asfaltadas.
Os distritos de Abaitinga e Santa Cruz jamais se transformaram em Distritos de Paz, como já estava projetado dez anos atrás. Encontravam-se ambos abandonados pela administração.
Parece que o mandatário da época tinha medo de perder o controle do poder caso isso acontecesse.
E mesmo os distritos policiais, que também já haviam sido criados e nomeadas as respectivas autoridades, jamais foram inaugurados.
Na época, o vereador Aristeu Válio fez despesas com isso do seu próprio bolso.
Quem deixou escrito na imprensa da época foi Narlir Miguel. Assim:
"O jornal é uma verdadeira alavanca e o jornalista que maneja com ele arranca os mais proveitosos empreendimentos para a terra onde esse jornal se publica. Tomamos por exemplo os melhoramentos que temos em vista como água, construção de ginásio e de Santa Casa. Esses constituem, sem dúvida alguma, a vida do nosso município. Todas começadas, porém, nenhuma terminada. Urge então o manejo da poderosa alavanca que é a imprensa para pedir, insistir e finalmente exigir dos poderes públicos ou de quem estiver encarregado da execução dessas obras, porque sem elas realizadas não sabemos se estamos residindo em bairro ou algum arraial.
Os poços, devido a estiagem, estão secando; os doentes morrem por falta de assistência hospitalar e também os nossos jovens estudantes terão que matricular-se em outras cidades por falta de comodidades no grupo escolar local onde funciona provisoriamente o ginásio.
Em São Miguel Arcanjo, 14 de fevereiro de 1.964".
CENSOS
Em 1.960: 11.604 habitantes, sendo na zona rural 7.871 almas e na zona urbana 3.633.
Em 1.970: 13.830 habitantes, sendo 8.654 na zona rural e 5.176 na zona urbana.
Em 1.976, cerca de 18.000 habitantes, sendo 10.000 na zona rural e o restante na urbana.
A PREFEITURA NO ANO DE 1.971
Contribuía com:
-Associação Paulista dos Municípios;
-Associação Brasileira dos Municípios;
-Caixa Escolar;
-Escolas Reunidas do Bairro do Taquaral;
-Parque Infantil anexo ao ‘Gomide’;
-Grupo Escolar ‘José Gomide de Castro’;
-Mobral;
-Colégio Nestor Fogaça;
-Transporte de alunos;
-Bolsa de estudos;
-Corporação Musical;
-Sport Club São Miguel;
-Botafogo Futebol Clube;
-Santa Casa de Misericórdia;
-Asilo S. Vicente de Paulo;
-Indigentes.
SÃO MIGUEL NO ANO DE 1.976
Nesse ano, cerca de 280 aparelhos telefônicos existiam na cidade, sendo o serviço executado pela Cotesp.
Apenas dois canais de televisão serviam para o lazer da população, o da Globo e o da Bandeirantes.
Das 34 ruas, só vinte por cento delas eram pavimentadas.
Duas praças públicas, a ‘Tenente Urias’ e a ‘Antonio Ferreira Leme’.
Nove indústrias, nenhuma delas com mais de cem empregados.
Sessenta e duas casas comerciais.
Duas distribuidoras de gás (do Licério de Oliveira Pinto e do José Ramos).
Três postos de gasolina.
Dois estabelecimentos de ensino primário e um secundário. Havia cinco postos do Mobral, com 84 alunos.
A Santa Casa de Misericórdia possuía 15 leitos.
Um Posto de Saúde do Estado funcionava na cidade.
As duas ambulâncias que atendiam as emergências eram mantidas pela Prefeitura, na época sob o governo de José França.
José França era motorista, com instrução primária, foi vereador e prefeito de 31 de janeiro de 1.973 a 31 de janeiro de 1.977.
Apenas dois dentistas mantinham consultório na cidade.
Já havia o Sindicato Rural Patronal.
Duas farmácias apenas.
Nessa data havia a Delegacia de Polícia de 5ª.classe e o Destacamento da Polícia Militar com nove homens.
A cadeia tinha capacidade para dez pessoas e não havia nenhum preso guardado por ela.
Os imóveis rurais cadastrados somavam 1.280.
Veículos, 450.
Apenas 40 tratores.
Só uma agência bancária.
No total, 4.623 eleitores estavam registrados no município.
Nove vereadores preenchiam as vagas limitadas à Câmara Municipal, sendo seu presidente o Orlando Rosa, um comerciante, com grau secundário, plantador de cogumelos e músico nas horas vagas.
Eram 16 os cargos criados por lei na Prefeitura.
Havia 55 elementos para trabalhar no setor de obras.
Apenas 8 professoras contratadas.
Não havia Terminal Rodoviário.
Os ônibus utilizavam as ruas próximas da Matriz para esperar passageiros.
De um total de 18 mil habitantes, 8 mil viviam na cidade e o restante na zona rural.
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