sábado, 15 de junho de 2013

DONA DILMA NÃO CONHECE O JUNINHO DO CRACK



Dona Dilma, neste momento, a senhora deve estar cansada pelo que andou representando na semana, pela viagem que fez às terras portuguesas, lindas e transparentes, onde pode conversar de igual para igual com Cavaco e Coelho e saborear de graça comidas diferentes das nossas no jantar.
Gostoso também ser convidada para assistir a entrega de prêmios em cerimônias tocantes como o Prêmio Camões e conhecer pessoalmente Mia Couto. 
Viajar de jatinho cansa, né, presidente?
Mas sempre haverá a sua espera as malas de roupas prontas, novas, perfumadas. 
Chato é a volta para casa, saber deste povo e dos movimentos sem graça que eles de repente estão querendo fazer, porque num país como o nosso só são benfazejas as passeatas gays ou as dos homossexuais.
Ainda bem que houve na semana encontros com seus apaniguados, os Ministros Cardozo, o Mantega, o Pimentel, a Hoffmann. 
E que bom que não esquece nunca o seu povo, dona Dilma, nas cerimônias - aqui, onde a senhora aparece é apenas para propagar política sua e do seu partido vermelho - onde anunciou abertura de linha de financiamento para aquisição de móveis e eletrodomésticos aos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.
Esse povo brasileiro desde o início do ano se endivida. E a senhora quer estimulá-los mais?
Ah, a senhora pensou até na segurança de grandes eventos e resolveu investir até em infraestrutura lá no Ceará.
Depois, viajou a Curitiba, ao Rio de Janeiro, esteve com o presidente da FIFA, e participou da abertura da Copa das Confederações.
E muitas outras coisas a senhora fez, cumprindo um ritual premeditado a cada semana e a cada manhã.
Só não conheceu o Juninho do Crack, de apenas treze anos.
Quem é ele?
O próprio apelido já diz.
Onde ele mora?
Em Itapetininga, mas ele tem amigos da mesma idade e até menores do que ele, que andam pelas ruas de todo o Brasil, muitos deles de pés no chão, correndo da escola, correndo da polícia, invadindo casas, saltando muros, assaltando comércios,  tudo para permanecerem no vício do crack.
A senhora sabia que essa droga está corroendo o futuro do Brasil?
E sabe por que, dona Dilma?
Deve ser porque a vida para eles não tem mais nenhuma beleza.
Deve ser porque a família deles já acostumou a viver com as esmolas que a senhora dá.
A esmola é pouca quando a fome é muita, porque não é apenas fome de alimento que o Juninho do Crack sente, mas fome de espírito, de carinho, de compreensão.
Que pena que a senhora conhece o mundo, se iguala a tantos cidadãos do planeta, debate, comenta, discorre sobre petróleo e biodiversidade, mas ainda não conhece o Juninho do Crack, dona Dilma!
Se puder, faça alguma coisa pela família dele, pela família brasileira, que não há mais nenhuma que não esteja sob o estigma das drogas.
Pelo menos para descansar em paz, num dia como o de hoje, em que o grande Japão se curvou à "gorduchinha" brasileira.
Se não, nem vale a pena uma vitória assim.
Procure conhecer o Juninho do Crack, dona Dilma.
Mas tem que ser logo.
Ripa na chulipa!

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