Apesar de reivindicações heterogêneas, os protestos ocorridos nos últimos dias em várias cidades brasileiras deram alguns recados claros à classe política e ao Poder Público, na avaliação do cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Ricardo Ismael.
Em entrevista à Agência Brasil, o cientista aponta como estopim das mobilizações, a defesa do direito de protestar e a reivindicação por aumento dos investimentos sociais, entre os pontos de convergência em meio a vozes dissonantes estão a questão do transporte público nas regiões metropolitanas.
"As ruas estão dizendo aos três níveis federativos que os governos não devem fazer restrições orçamentárias, como ajuste fiscal e superávit, em detrimento dos investimentos sociais, como em educação e saúde", disse.
Para o cientista político, ainda é cedo para avaliar os desdobramentos políticos dos atos, mas acredita que eles evidenciam o desejo de mudanças no rumo da política nacional, "com um sistema político-partidário que consiga reagir de forma mais atenta às demandas sociais".
Os protestos tiveram origem com a mobilização principalmente de estudantes após o anúncio do aumento nas tarifas de transporte público.
Autoridades argumentam que a existência de motivações variadas e a falta de liderança entre os participantes dificulta o processo de negociação.
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