(*) Amílcar Cabral Neto –

Fiquei espantado, já que para mim essa era uma doença lá dos anos de 1980 e que hoje já estava controlada aqui no Brasil.
Cazuza e Renato Russo morreram por complicações de Aids alguns anos antes de eu nascer. Como era possível uma pessoa relativamente próxima a mim ter pegado essa doença tão jovem?
Cheguei em casa e ao abrir um desses grandes portais de noticias na internet me deparo justamente com uma matéria que falava sobre o aumento no número de casos de Aids entre jovens no Brasil. Descobri algumas coisas muito interessantes.
Há tempos têm sido adotadas campanhas em prol da prevenção e conscientização da doença no país. O lema da campanha da vez é “Partiu, teste”.
Entretanto, estudos revelam que apesar da tendência de queda mundial no número de casos da Aids entre pessoas na faixa etária de 15 a 24 anos, a mesma tem sido mais relatada ultimamente no Brasil.
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que em sete anos o crescimento no número de casos na juventude foi de alarmantes 40%.
Com o aumento desse número, diversas questões estão sendo levantadas. Quando pensamos na causa do ocorrido logo nos vem à cabeça irresponsabilidade, falta de conhecimento, falta de comunicação, e até mesmo medo.
Numa sociedade em que as pessoas têm menos medo de se expressar quanto a sua sexualidade, é de se prever que aumente o número de casos. A “garotada” está tendo mais parceiros e tendo mais relações, sendo heterossexuais ou homossexuais, logo, a proporção de propagação da doença tem sido maior.
Além disso, venho observado um número cada vez maior de adolescentes que ainda não definiram sua opção sexual, e acham normal ficar com meninos e meninas, como na música do Legião Urbana: “Acho que gosto de São Paulo, gosto de São João, gosto de São Francisco e São Sebastião, e eu gosto de meninos e meninas…”
Acredito que a falta de prevenção dos jovens ocorre principalmente pela falta de comunicação. Seja de um responsável que deixa de conversar com seu tutelado em sua fase de formação e iniciação da vida sexual, seja entre parceiros que têm medo ou vergonha em falar a respeito.
Em décadas passadas, principalmente nos anos de ascensão da Aids, quando não se tinham informações sobre a doença, famílias sofriam com o medo de ter algum familiar portador do vírus. Não se conhecia nenhum tratamento e a Aids matava rapidamente.
Com o tempo, depois que tratamentos foram descobertos e que o número de casos foi diminuindo, as pessoas passaram a deixar de ter tanto medo e, consequentemente, preconceito.
A nova geração, até então, não tinha muito contato com a doença, e isso com certeza pode ter contribuído com o descaso e o não uso de preservativos.
Fico extremamente espantado ao saber que existem grupos de pessoas que usam redes sociais com o principal objetivo de disseminar a Aids. Esse é o caso dos “Barebackers” que alegam que se sentem mais livres sexualmente depois de contrair o vírus ou até mesmo praticam essa “modalidade” de sexo por puro fetiche. Em casos que claramente são vistos como de má fé, os “Barebackers” usam agulhas e pregos para furar a ponta da camisinha sem que seu parceiro tenha conhecimento. O Bareback tem como principal alvo os gays.
Aqui no Brasil, esse grupo é conhecido como “Clube do Carimbo”.
Ter relações sem o uso de preservativos é um grande risco, não só pela Aids como também pelo risco de ser infectado por qualquer outra DST (Doença Sexualmente Transmissível), e muitos outros fatores (com a gravidez indesejada). Por isso é imprescindível se prevenir e sempre conversar com seu parceiro a respeito.
Não arrisque! Tenha uma vida sexual saudável, use preservativos!
(*) Amílcar Cabral Neto, 15 anos, natural de Belém e paulistano por adoção, é estudante.
Foi "adotado" por Ucho Haddad, jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta, do
UCHO.INFO, onde se insere esta matéria aqui transcrita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário