Caiu.
Baque em cheio no mármore do chão
e aquele grito foi mais grito
nas cordas do coração.
Caiu.
Aquela queda não foi de morte
libertou-me da morte em que vivia:
aquele grito de animal ferido
(ó imprevista transcendência!)
foi o grito de amor e redenção.
Não se compensam dores na existência
nem a alegria plana sobre abismos,
mas se confundem em nosso humano rio
até atingir o misterioso estuário,
onde o mais natural é sempre uma surpresa.
Professor Miguel Reale
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