Descontrolada diante da delação de Palocci, Gleisi diz que ex-ministro é “refém” e foi “chantageado”
A delação do outrora petista Antonio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, explodiu sobre os escombros do Partido dos Trabalhadores como se fosse um nanico artefato nuclear norte-coreano.
A senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do partido e que aparece nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”, acusou o golpe disparando um novo rosário de sandices que evidenciam o desespero da legenda convertida em seita cleptomaníaca.
“A se confirmar o teor da suposta deleção descrita pelo Globo – que de resto é mais um vazamento ilegal para um veículo em campanha odiosa contra Lula – restará provado que Palocci tornou-se refém de Sérgio Moro, dos procuradores e delegados de Curitiba. E que nesta condição perdeu qualquer vestígio de caráter”, afirmou a parlamentar.
Para a senadora, Palocci é “refém” do juiz Sérgio Moro e foi “chantageado” para entregar a roubalheira do PT e incluir Dilma Rousseff (de quem Gleisi foi chefe da Casa Civil) no rol dos que saquearam a pátria.
Palocci parece um “refém” muito conformado com sua situação.
O Brasil inteiro viu o ex-ministro se oferecendo para entregar tudo o que sabia.
O desespero provocado pela delação de Palocci é fácil de compreender. O ex-ministro não foi um petista comum, pelo contrário, desfrutava do maior prestígio entre os “companheiros” desde os primórdios da legenda. Serviu como ministro a Lula e Dilma e ninguém pode negar que conhece as entranhas do partido e dos governos petistas. Suas denúncias têm peso maior do que as de empresários que relatam os roubos do PT porque, afinal, estes são vistos como inimigos de classe pelos petistas ideologicamente mais radicais ou visceralmente mais tolos.
A única saída é tentar emplacar a tese de que Palocci estaria sendo “torturado” por Moro, de quem seria “refém”. Trata-se de tese grotesca, mas é o que restou para a “companheirada”, cada vez mais enredada em seus crimes. Para os petistas não sobrou sequer a tese de que o partido é vítima de perseguição judicial ideologicamente motivada. A roda da Justiça começou a se mover também na direção do PSDB – Eduardo Azeredo e Aécio Neves que o digam.
Sugerir que Palocci é “refém” ou foi “torturado” para entregar a bandidagem do PT à Justiça foi a tática adotada por Dilma Rousseff. Estratégia ridicularizada pelo jornalista Josias de Souza, na “Folha de S. Paulo”.
“Além de atacar Palocci, Dilma esculhambou os investigadores. Acusou-os de usar métodos análogos aos adotados na época da ditadura. ”A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões”, diz a nota. A comparação é tosca. Palocci já foi condenado por corrupção na primeira instância. Está preso há um ano e meio. O plenário do Supremo avalizou a detenção na semana passada. O personagem tornou-se delator por vontade própria. Presta depoimentos na companhia dos seus advogados. Torturada na época da ditadura, Dilma conhece a diferença. Finge-se de boba por conveniência. Abusos ocorreram quando Palocci e seus companheiros delinquiram, não agora”, escreveu o jornalista em seu blog.
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