Ao “eleger” Marco Feliciano interlocutor preferencial, Bolsonaro mostra que governo cambaleia politicamente.
3 de maio de 2019.
Como sempre afirma o UCHO.INFO, o presidente Jair Bolsonaro não assina, sentado, o que fala, em pé.
Ou seja, o prazo de validade de suas palavras é curtíssimo, talvez meteórico, e não se deve confiar no que ele diz. Acostumado a usar metáforas sexuais para tratar de temas espinhosos, Bolsonaro disse, há dias, que está “dormindo juntinho” do vice Hamilton Mourão.
Essa fala serviu como resposta aos jornalistas, que durante café da manhã palaciano questionaram Bolsonaro sobre os conflitos com o general da reserva, que tornou-se alvo predileto de Carlos Bolsonaro, o filho predileto do presidente e responsável por atacar nas redes sociais os desafetos do pai.
Jair Bolsonaro nega que faz do filho, a quem chama de “zero dois”, sua “longa manus” para investir contra inimigos, mas qualquer pessoa dotada de doses rasas de inteligência percebe facilmente esse expediente rasteiro, típico de quem é movido pela covardia.
Carlos, por sua vez, sente-se à vontade ao cumprir a missão, pois gostaria de ocupar cargo de destaque no governo do pai, de preferência no Palácio do Planalto, mas enquanto isso contenta-se com o ofício de preposto oficioso para rasteiras cibernéticas.
Como a temperatura subiu no palácio, colocando o governo na berlinda, Bolsonaro passou a buscar novos soldados (sic) para cumprir a missão de atacar Hamilton Mourão, que continua fazendo contraponto ao presidente da República. Enquanto Bolsonaro adota discurso sem pé nem cabeça, Mourão trila o caminho do palavrório concatenado e que desperta a confiança de vários setores. O que não significa que todos são merecedores de confiança.
A mais nova conquista de Jair Bolsonaro para sua legião de aliados é o deputado federal Marco Feliciano, do capítulo paulista do Podemos, que recentemente protocolou pedido de impeachment contra Mourão.
O deputado e dublê de pastor evangélico fracassou em sua investida contra Mourão, pois o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rejeitou o pedido de impeachment que tinha como justificativa eventual conspiração do vice-presidente contra Bolsonaro.
Diante dessa prova de lealdade (sic), Bolsonaro escolheu Marco Feliciano como um dos seus preferenciais interlocutores no Congresso.
Isso mostra de maneira clara o que o brasileiro pode esperar do governo, já que não será com interlocutores despreparados, movidos o tempo todo pelo histrionismo, que o Palácio do Planalto chegará a algum lugar.
Incompetente como político e sem estofo para ocupar a Presidência da República, Jair Bolsonaro “atira” para todos os lados no afã de levar adiante um projeto de governança fracassado desde a execução.
Sem conseguir cumprir as absurdas promessas de campanha, Bolsonaro caminha cada vez mais na direção da direita radical, sinalizando que o retrocesso e o obscurantismo será o destino final de uma democracia jovem, mas que avançava na seara do amadurecimento.
Quem acompanha a política nacional há tempo e com proximidade sabe que é impossível confiar em um governo que tem a articulação política nas mãos de Onyx Lorenzoni, enquanto Marco Feliciano é guindado ao posto de interlocutor preferencial do presidente da República.
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