sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

BRANCA FIALHO, UMA DIGNA BRASILEIRA, COMUNISTA DE FATO

 

Branca Osório de Almeida nasceu no dia 10 de março de 1896 em Petrópolis (RJ). 
Filha de família ilustre, recebeu uma educação primorosa com sólida base humanística. 
Casou-se com o desembargador Henrique Fialho, com quem teve três filhos. 
Destacada educadora, Branca foi membro fundador da Associação Brasileira de Educação e do Instituto Brasil-Estados Unidos. 
Simpatizante das causas democráticas, presidiu também a Associação Brasileira dos Amigos do Povo Espanhol, na década de 1930. 
Seu trabalho como educadora foi reconhecido ao ser escolhida uma das presidentes de honra do Congresso Internacional de Educação em Paris, em 1937. 
Pela importância de seu trabalho, foi agraciada pelo governo brasileiro com a Medalha Rui Barbosa.
Sua atuação junto às organizações de solidariedade às campanhas dos governos aliados durante a II Guerra Mundial valeram-lhe a condecoração da Cruz de Lorena. 
O governo francês ainda a distinguiu com os títulos de Chevalier de la Legion d’Honneur no grau de oficial de honra, e a medalha Au Service de la Pensée Française pelos serviços prestados na difusão da cultura francesa no Brasil.
Uma de suas maiores lutas foi em prol da ampliação dos direitos femininos, p
 articipando de todas a campanhas promovidas pelo movimento de mulheres durante as décadas 1940-60. 
Sua licença foi nacionalmente conhecida quando sucedeu Alice Tibiriçá como presidente da Federação de Mulheres do Brasil.
Assim que assumiu o cargo, em 1952, Branca Fialho foi convidada pelo Conselho Mundial da Paz a visitar a antiga União Soviética.
Foi então que escreveu o livrinho intitulado Viagem à União Soviética, do meu acervo, e que já pertenceu ao jornalista Victorio Emanuel Martorelli.
Veja umas coisas escritas por ela:


O livrinho possui 76 páginas e assim é concluído por ela: 

" A coexistência de regimes diferentes é possível se os povos unidos cumprirem as resoluções de:
- praticar a tolerância e viver em paz uns com outros como bons vizinhos;
- respeitar o princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos;
- resolver as controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais;
- evitar em suas relações internacionais a ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado;
Enfim, se os povos tiverem a sabedoria de cumprir as resoluções e respeitar os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas.
Que cada povo viva como quiser, escolha o regime e o governo que lhe convier e respeite os sistemas políticos e sociais adotados pelos outros países.
Respeito e tolerância, e o mundo viverá em PAZ. 
 
BRANCA FIALHO NUNCA FOI COMUNISTA; no entanto, foi eleita vice-presidente e presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, entidade de mulheres socialistas e comunistas organizadas em todos os países socialistas até falecer no Rio de Janeiro, em j
 aneiro de 1965.
Fonte: Grabois.

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