sexta-feira, 6 de maio de 2022

GUSTAVO CONDE OPINA:


"Algo perturbador acontece no reino de Vera Cruz. 
As falas de Lula começam a provocar convulsões e urticárias nos setores reacionários da sociedade brasileira, notadamente a imprensa corporativa e seus desdobramentos classistas.
Lula fala sobre cobrança democrática a deputados, rangem os dentes. 
Lula fala sobre regulamentação do aborto, praguejam em meio a tiques. 
Lula fala sobre policiais e Bolsonaro, surtam desgostosos. 
Lula fala sobre Zelensky, jogam-se no chão e gritam.
O curioso é que todas essas reações são um misto de ódio e frustração politicossexual. Some-se prepotência e síndrome de técnico da seleção.
Todos querem dar pitaco nas falas de Lula. 
Não há fetiche maior.
Do ponto de vista dos estudos do discurso, trata-se de um fenômeno complexo que mistura capitulação (já que não posso derrotá-lo, quero mudá-lo) com sabotagem (quero que ele diga as besteiras que digo para que ele entre em contradição).
A rigor, faz parte - e é até simpático (para quem tem senso de humor).
Temos 210 milhões de marqueteiros-jornalistas dizendo o que Lula tem de dizer para ganhar as eleições, ele que lidera as pesquisas há mais de ano e que acaba de ser capa da revista mais influente do planeta.
Fato é que Lula se tornou mais 'selvagem' da prisão para cá. 
Tem mais experiência, mais leitura, mais energia e muito menos disposição para seguir cartilhas gerais de assessores e comentadores.
O Slogan Lula Livre faz agora muito mais sentido do que antes. Lula está livre, livre para falar o que realmente pensa, sem se preocupar com as consequências tolas de um setor da sociedade brasileira covarde e hipócrita.
Suas falas "polêmicas" ainda cumprem o papel de ocupar espaços gigantescos nas redes sociais e imprensa corporativa.
É ou não é um gênio?"

- Texto: Gustavo Conde. 05.05.2022.


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