Desespero diante de possível derrota na eleição tem levado Bolsonaro a recorrer a absurdos variados.
Por Redação Ucho.Info/04 de agosto de 2022Octavio Mangabeira (1886-196) é autor da célebre frase “Pense no absurdo, na Bahia há precedente”. Eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1930 e ex-governador da Bahia (1947-1951), Mangabeira jamais imaginou que sua frase pudesse se transformar em sinônimo de um país movido pelo desvario político. Estivesse vivo, Octavio Mangabeira certamente teria dificuldade para compreender a nossa dura realidade.
Sempre insistindo em teses golpistas, o presidente Jair Bolsonaro a cada dia surge com uma novidade para desacreditar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, comprovadamente seguros. A mais nova sandice de Bolsonaro veio a público na quarta-feira (3), quando o chefe do Executivo sugeriu que eleitores fossem fotografados no momento do voto.
A absurda proposta do presidente da República consiste em registrar com imagens o voto de alguns eleitores, previamente selecionados, usando os registros para confrontar os boletins emitidos pelas urnas.
Bolsonaro afirma de forma recorrentes que “joga dentro das quatro linhas da Constituição”, mas tudo indica que ele jamais leu a Carta Magna. Como sabem os brasileiros dotados de bom-senso, o voto é secreto, como estabelece a Constituição (Artigo 14, caput), portanto a violação do sigilo configura flagrante desrespeito ao que determina a lei maior do País.
Sem ter o que apresentar em termos de realizações do governo e ciente de que uma derrota nas urnas pode lhe causar sérios problemas com a Justiça, Bolsonaro tenta a todo custo fermentar sua narrativa golpista para movimentar sua horda de apoiadores, que cada vez mais caminham em direção ao radicalismo.
Pressionado pelo surgimento de robustos manifestos em defesa da democracia, o chefe do Executivo tem se comportado como quem já admite a derrota, mesmo que antecipadamente. É fato que a compra de votos por meio da PEC Kamikaze, também conhecida como PEC da Trapaça, terá efeitos nas pesquisas eleitorais, mas Bolsonaro terá dificuldade para se desvencilhar do discurso antidemocrático, como querem os assessores de campanha.
Diante de propostas como voto em papel, apuração paralela e fotografia do momento do voto, só resta concluir que o desespero no núcleo de campanha de Bolsonaro aumenta com o passar do tempo.
Esse cenário de tensão eleitoral é da tal forma verdadeiro, que teme-se possível arapongagem por parte do Exército, como citamos em matéria anterior, e a realização de um atentado em 7 de setembro para culpar os adversários.
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