sábado, 17 de dezembro de 2022

AVE-MARIA NA POLÍTICA NÃO É FÁCIL.

 

Lula ignora Lei das Estatais e anuncia Mercadante, o economista do autoplágio, para comandar o BNDES
Por Redação Ucho.Info/13 de dezembro de 2022




Ultrapassa as fronteiras do incompreensível a indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Assumir o comando do banco de fomento foi uma exigência de Mercadante ao presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao confirmar o nome de Mercadante como futuro comandante do BNDES, Lula primeiramente ignorou a Lei das Estatais, que em seu artigo 17 veta para o cargo de presidente, membros do Conselho de Administração e indicados para os cargos de diretor, a pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.
Para manter a indicação e atender à exigência de Mercadante, a equipe de transição tomou como base parecer jurídico do comitê de elegibilidade do próprio BNDES, que em 2019 deu sinal verde para que Fábio Almeida Abrahão assumisse uma diretoria da instituição. Indicado ao posto pelo ainda presidente da República, Abrahão atuou pelo PSL na campanha de 2018.
Ao justificar a indicação de Mercadante, o presidente eleito afirmou: “Estamos precisando de alguém que pense em desenvolvimento, em reindustrializar este país, em inovação tecnológica, em financiamento ao micro e pequeno empreender”.
O mercado financeiro reagiu mal ao anúncio do nome do futuro presidente do BNDES, pois teme o retorno das absurdas medidas econômicas adotadas durante os governos de Dilma Rousseff, quando Mercadante foi ministro de Ciência e Tecnologia, da Educação e da Casa Civil.

A traição
Em 2010, Marta Suplicy iniciou um movimento pela volta de Lula ao Palácio do Planalto, mas o ex-metalúrgico acabou traído por Mercadante e Dilma. Na ocasião, Marta não poupou adjetivos para criticar Mercadante e Rui Falcão, então presidente do PT: “O Mercadante é inimigo, o Rui traiu o partido e o projeto do PT, e o partido se acovardou ao recusar um debate sobre quem era melhor para o País, mesmo sabendo as limitações da Dilma. Já no primeiro dia, vimos um ministério cujo critério foi a exclusão de todos que eram próximos do Lula. O Gilberto Carvalho é o mais óbvio”.
Como ministro da Casa Civil, Mercadante deveria ter aconselhado Dilma a não concorrer à reeleição, cumprindo o que fora combinado com Lula. Obcecado pelo poder, Aloizio Mercadante traiu a confiança de Lula.
Em 22 de dezembro de 2010, em discurso de despedida no plenário do Senado Federal, Mercadante exaltou a eleição de Lula e sua participação nas disputas eleitorais do ex-metalúrgico. “Eu já vinha com ele [Lula], há mais de trinta anos, caminhando pelo Brasil. Participei de todas as suas campanhas. Coordenei praticamente todas as suas campanhas, desde a de Governador, em 82; a campanha dele a Deputado Federal em 1986; a campanha presidencial em 1989; em 1994, quando fui candidato a vice-presidente da República com ele; em 1998; e, em 2002, fiz a minha campanha para o Senado, enquanto o presidente Lula se elegia para Presidente do Brasil”, disse Mercadante.

O autoplágio
Sobre a competência de Aloizio Mercadante como economista, é importante relembrar a polêmica envolvendo sua tese de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Era uma sexta-feira, 17 de dezembro de 2010, quando Mercadante chegou a um dos auditórios da Unicamp para discorrer sobre sua tese de doutorado em Economia, “As bases do Novo Desenvolvimentismo no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010)”.
Fosse seguir a própria regra que impõe aos “reles” doutorandos, a Unicamp jamais poderia ter conferido o título a Mercadante, pois a tese não passou de cópia rebuscada de um livro de sua autoria, “Brasil: a construção retomada”.
Qualquer universidade respeitável, como é o caso da Unicamp, exige que a tese de doutorado seja uma obra inédita. No Regimento Geral dos Cursos de Pós-Graduação da Unicamp (Deliberação CONSU-A-008/2008, disponível em http://www.pg.unicamp.br), o Artigo 31, em seu parágrafo 3º, é claro: “Entende-se por tese de doutorado o trabalho supervisionado que resulte em contribuição original em domínio de conhecimento determinado”.
Diante do constrangimento, Mercadante, que conseguiu a proeza de fraudar a si mesmo, explicou que sua tese era uma versão mais densa e ousada do conteúdo do tal livro. A repercussão do caso foi tamanha, que houve uma divisão na cúpula da universidade em relação à aprovação do agora ministro.
Resumindo, Lula escolheu para comandar o BNDES um economista que conseguiu a proeza do autoplágio e causa arrepios no mercado. 
A conferir!

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