quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

QUE FIM LEVOU VOCÊ, GERALDO VANDRÉ?




Prepare o seu coração
pras coisas que eu vou contar... 
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão, 
eu venho lá do sertão, e posso não lhe agradar. 
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar, 
e a morte, o destino, tudo, a morte, o destino, 
tudo estava fora do lugar, eu vivo pra consertar. 

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei, 
não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse, 
que qualquer querer tivesse, porém por necessidade 
do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu. 

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte, 
muito gado, muita gente pela vida segurei; 
seguia como num sonho e, boiadeiro, era um rei. 
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo 
e nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando, 
as visões se clareando, até que um dia acordei. 

Então, não pude seguir valente em lugar tenente, 
de dono de gado e gente, porque gado a gente marca, 
tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente.

Se você não concordar, não posso me desculpar, 

não canto pra enganar; vou pegar minha viola, 
vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar. 

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei, 
não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse, 
que qualquer querer tivesse, por qualquer coisa de seu, 
por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu.

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