Este poema de Mário da Silva Brasil encontrei-o no blog
Antigualhas, histórias e genealogia, administrado por Diego de Leão Pufal, bisneto do autor.
Não se trata apenas de endossar o gesto de Diego; trata-se também de colaborar para que se preserve a alma sensível do povo daquele tempo.
"Escuta"
Oh flôr amada,
Prenda adorada,
Fada encantada
Que adoro tanto,
Ouve, nest'hora,
Quem por ti chóra
E amor te implóra
Num doce canto.
É teu amante
Que, delirante,
Vem, neste instante,
Amor rogar-te;
Sou eu, querida,
Que minha vida
Estremecida
Quero offertar-te.
Anjo, supponho
Que será sonho
Feliz, risonho,
Prá mim a vida,
Si me fitares
E em mim pensares,
Si me adorares,
Oh flôr querida.
Mas si me esqueces,
Si me aborreces
E si padeces
Com meu amor,
A minha sorte
Será só a morte,
Com seu transporte
De negro horror.
Como te quero
Amor sincero
De ti espero,
Mimosa flôr;
Meu canto finda,
Mas venho ainda,
Oh virgem linda,
Pedir-te amor.
Em Santa Maria/RS, 18 de janeiro de 1909.
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