quinta-feira, 6 de outubro de 2016

UMA HOMENAGEM PARA MINHA MÃE

janel2Acabou de chover algumas "pedrinhas" em São Miguel Arcanjo...
Já mencionou a meteorologia que outubro não terá os melhores dias de sol.
Na família, haverá muitos aniversários, mas o mês é algo triste, porque marcou a data do passamento de nossa mãe. 
São quatorze anos sem ela a nos olhar, a nos abençoar, a nos tratar como se fôssemos as mesmas crianças que ela não queria ver crescidas nunca para embalar sempre.
Há marcas dela em muitas coisas espalhadas pela casa, a própria casa dela. 
Nos velhos vasos fincados no chão do quintal, algumas plantas que foram cuidadas por ela ainda persistem. 
Só não resistiram as maravilhas, comumente chamadas de marias-sem-vergonha.
Junto à memória de minha mãe, saudades de quando o quintal se forrava dessas plantinhas originárias de Madagascar.
Nasciam em qualquer lugar.
Eram como pragas; pragas das boas, é claro.
Alegravam o coração da gente a cada manhã, pintando o ambiente desde o rosa até ao vermelho. 
Algumas pétalas eram multicoloridas indo do vermelho ao rosa e ao branco.
Lindinhas.
Minha mãe cuidava delas como se preciosidades fossem.
De repente, foram sumindo e desapareceram do quintal.
Comenta-se que estão em processo de extinção por causa da destruição do habitat pela queima para dar lugar à agricultura.
Assim, tornou-se difícil vê-las por aí, elas que dão flores quase o ano inteiro.
O quintal deixado por minha mãe, órfão dela, nunca mais se estampou com essas florzinhas. Tanto que, se precisássemos de algumas folhas para servirem de lenitivo a alguma dor, não saberíamos onde buscá-las.
Mas ontem, ao visitar minha irmã número três, e ficar sabendo que ela ganhara um presente dos filhos, olhei de repente para o quintal da filha dela, residente nos fundos, e vi...
O que eu vi?
Uma pequena touceira de uma das espécies de maria-sem-vergonha.
O que fiz?
Fui logo pedindo uns galhinhos.
Vou plantar, pois pegam facilmente, e vou presentear nossa mãe, a mulher que nos proporcionou a condição de sensibilidade para conviver com todas as agruras da vida.   
Um abraço grandão para a senhora, Maria Olímpia de Jesus Válio, que está em excelente lugar ao lado do Pai Celestial, merecidamente.
 

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