domingo, 5 de novembro de 2017

O POLONÊS DOS VITRAIS

Arystarch Kaszkurewicz nasceu na Polônia. 
Era pós-graduado em Direito em Varsóvia e cursou Belas Artes na Alemanha.
Arystarch fugiu da Europa por ocasião da Segunda Guerra Mundial, tendo perdido, durante a ocupação alemã, as duas mãos e o olho esquerdo. 
Morou no Brasil desde 1952, acompanhado de sua esposa Ludmila e seu filho Eugenius. 
Realizou trabalhos em 28 cidades brasileiras, até sua morte, em completo anonimato, em 1989 por ataque cardíaco.
Por sua deficiência, o artista chegou a ser chamado de “segundo Aleijadinho”. 
Na maior parte anônimo, o acervo de Kaszkurevicz ainda está sendo mapeado. 
A surpreendente forma como usava os pulsos para fazer as obras de arte acabaram por criar um estilo inconfundível, com a predominância de formas retas.
Fez trabalhos em vitrais, pastilhas, e projetou ele próprio seus instrumentos de trabalho, mediante as limitações físicas; durante o trabalho, amarrava seus instrumentos junto ao corpo, como se fossem uma extensão dele.
Sabe-se que Arystarch estudou artes na Alemanha e falava nove idiomas. 
Sua chegada ao Brasil, na década de 50, foi a pedido das Casas Conrado Sorgenicht, especializada no ramo de vitrais, pois nessa época existia um decreto que proibia a entrada de portadores de deficiências físicas no país. 
Arystarch desembarcou em São Paulo mediante uma autorização especial assinada pelo presidente Getúlio Vargas. Veio acompanhado de sua esposa e de seu único filho, Eugenius, depois professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e funcionário do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Arystarch fez seus primeiros trabalhos numa casa especializada em vitrais em São Paulo. Mas a maioria de suas obras leva a assinatura da Casa Conrado, para a qual trabalhava. 
Por esse motivo, o artista anônimo deixava em suas obras traços e símbolos muitas vezes conhecidos pelos amigos mais próximos. Mas, o anonimato jamais o perturbou.
Fez diversos trabalhos em Campinas, entre eles os vitrais da Igreja de Santa Rita de Cássia, no bairro Nova Campinas, e os murais do Liceu Salesiano, no bairro Taquaral onde utilizou 300 mil pastilhas para formar a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora.
Além de Campinas, Arystarch trabalhou também nas cidades de Americana, Jundiaí, Santo André, Itatiba, São Paulo, Itatiaia, Rio de Janeiro, Cuiabá, Passo Fundo, Erechim, Fortaleza.
Obras: Vitrais no salão nobre do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo; painéis na Catedral de São José, em Erechim; igreja de Bebedouro; igreja de Santa Rita de Cássia; 

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