Opinião de
Welson Gasparini
Fiquei horrorizado ao tomar conhecimento de um fato entristecedor: no Brasil, 57 mil pessoas são assassinadas por ano.
Somos o país com o maior número desses crimes em todo o mundo. Ocupamos, lamentavelmente, o primeiro lugar.
No Brasil, os mortos por esse tipo penal representam 13% dos homicídios de todo mundo.
Enquanto nós estamos muito preocupados, agora, com a Copa do Mundo da Rússia - ansiosos em ter o primeiro lugar no futebol - esquecemos-nos de acompanhar outros campeonatos em que, igualmente, "disputamos" as primeiras colocações.
Estima-se que o Brasil tenha mais de 700 mil pessoas encarceradas. É a quarta maior população carcerária do mundo.
Dos presos brasileiros - isso também é trágico -, 56% são jovens e cerca de 53% não completaram o ensino fundamental. Praticamente 53% dos presos são analfabetos.
Outro campeonato infeliz: nos presídios, em uma cela onde cabem dez pessoas, temos em média 25 presos, de acordo com os estatísticos oficiais.
Isso torna o Brasil o décimo país mais desigual do mundo.
A educação, entendo, é a única possibilidade de mudar essa situação.
Temos de reagir.
Não é só pensar no futebol ou no Carnaval. Os brasileiros precisam, efetivamente, preocupar-se com os dados dessa triste realidade.
Uma pesquisa do Página semiprotegida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, mostra outra situação lastimável: 13 milhões de pessoas, no Brasil, vivem com R$ 210,00 por mês, R$ 7,00 por dia.
I
sso significa pobreza extrema.
Apesar de há muitos anos estar preocupado com a situação no Brasil, eu vejo ser ela muito pior do que pensava. Um quarto da população brasileira vive com até R$ 540,00 por mês, e o Banco Mundial diz que isso é um nível de extrema pobreza.
Temos, evidentemente, de mudar isso.
E como fazê-lo? Por meio da Administração Pública, pelos nossos governantes.
Não é, pura e simplesmente, como muitos estão pregando, no dia da eleição - e teremos eleições neste ano - o eleitorado não dever votar ou, se for, votar em branco ou anular o voto. Dessa maneira não consertaremos o Brasil! Quer o cidadão goste ou não, a política manda na vida de todos nós.
No dia das eleições, o eleitor precisa escolher um candidato apto a representá-lo e à sua família, do qual possa, futuramente, orgulhar-se. Não se diga não ter gente boa, pois todos os partidos têm. Basta selecionar os bons a partir da análise, durante o processo eleitoral, de todos os candidatos, verificando como cada um se comporta no âmbito familiar ou no comunitário.
O momento de votar deve ser, assim, o momento da mudança, de separar o joio do trigo, de colaborar para transformar o Brasil que temos no Brasil que queremos!
Welson Gasparini é deputado pelo PSDB e ex-prefeito de Ribeirão Preto.
Fonte: ALESP
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