sexta-feira, 9 de novembro de 2018

FOI POR ASSÉDIO, DIZ ADOLESCENTE QUE MATOU FOTÓGRAFO EM SÃO CARLOS

Adolescente de 14 anos é preso por morte de fotógrafo em São Carlos. 
Anderson Almeida Delfino, conhecido como Mayckon Booker, morreu após ser esfaqueado dentro de um apartamento na Vila Prado. 
Suspeito foi preso por latrocínio
ACidade ON - São Carlos 


Fotógrafo e professor de dança Anderson Almeida Delfino, conhecido como Mayckon Booker. Foto: Redes Sociais
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) apreendeu, nesta quinta-feira (8), um adolescente de 14 anos que matou o fotógrafo e professor de dança Anderson Almeida Delfino, conhecido como Mayckon Booker. 
O crime aconteceu na noite de domingo (4), em um apartamento na Vila Prado. 
A polícia chegou até o menor após investigações com base em imagens de duas câmeras de segurança da rua onde ficava o apartamento do fotógrafo. 
Ele foi detido na região do Jardim Botafogo e confessou que matou a vítima e roubou uma câmera e um celular dela. 
Por conta disso, foi encaminhado ao Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), onde ficou à disposição da Vara da Infância e Juventude pelo ato infracional de latrocínio. 

O crime 
O suspeito afirmou que há cerca de três anos conheceu o Mayckon na escola, local onde a vítima ministrava aulas de dança. 
A partir disso, eles criaram uma amizade e um frequentava a casa do outro. 
No dia do crime, o adolescente explicou que encontrou o fotógrafo em um sacolão e foi convidado por ele para assistir um filme à noite.
"Ele falou que foi até a casa da vítima com uma faca que ele portava, porque ele devia entorpecente para uma determinada pessoa e que levou uma faca como instrumento de defesa. Não relatou quem seria o traficante e sobre o ameaçador não declinou o nome. Ele falou que chegou na casa, tocou a campainha, o Mayckon desceu, abriu a porta. Eles sentaram, começaram a conversar. Ele [Adolescente] falou que queria assistir o filme de um ninja 2, de ação. No início do filme o Mayckon apagou a luz do estúdio e se aproximou do jovem. Ele fala que o Mayckon foi para cima dele com interesse sexual. Começou o alisar, passar a mão nele, o que ele não aceitou. Ele pegou a faca e desferiu um golpe nas costas e empurrou a vítima. No que empurrou, a vítima saiu, ele foi atrás e desferiu outro golpe no peito", explicou o delegado Gilberto de Aquino. 
Em seguida, a vítima teria caído no chão e o suspeito pegou um telefone celular, uma máquina fotográfica e foi embora. Relatou que escondeu a máquina em um matagal, depois escondeu o celular e depois jogou a faca. O suspeito também trocou a roupa com sangue e voltou para casa. 
De acordo com o delegado, o adolescente informou que vendeu a máquina fotográfica para um amigo do pai dele e entregou o celular para um usuário de drogas vender. 
A máquina foi recuperada pelos policiais e o comprador indiciado por receptação. 
No entanto, o adolescente não informou o local exato onde jogou a faca e as roupas utilizadas no dia do crime. 

Latrocínio 
O delegado explicou que as câmeras de segurança do prédio filmaram a chegada e saída do adolescente. Ao todo, ele teria ficado apenas cerca de 10 minutos no apartamento, o que reforça a suspeita da polícia de que o adolescente teria ido ao local para roubar o fotógrafo. 
"Dentro da experiência profissional que nós temos, esse crime não foi um homicídio, foi um latrocínio. Esse menino é um dependente químico, ele usa entorpecente, ele deve estar devendo entorpecente para alguém. Tem dívida de tráfico de drogas. Ele não quer falar quem é o traficante, mas ele deve. Ele conhecia a vítima, já havia frequentado o estúdio da vítima, sabia que ela poderia ajudar", disse Aquino. 

Família 
O pai do adolescente relatou ao ACidade ON São Carlos que o filho voltou apenas na manhã de segunda-feira (5) para casa e falou que havia dormido em um amigo. Além disso, o jovem não contou o que havia feito. 
O pai contou que ficou inconformado quando ouviu o filho confessando o crime para o delegado: "Eu falei para ele: você deveria ter levantado e ido embora, não matar o cara, não precisava ter matado, você errou", disse.
Ainda segundo ele, o filho já havia reclamado que estava sendo assediado por Mayckon. "O rapaz direto vinha atrás dele. Não estava dando sossego para ele. Só que eu não acreditava, a gente não fica acreditando nessas coisas. Chegou um dia ele falou para mim que tinha dado em cima dele, que não gostava dessas coisas. Eu estava acreditando no rapaz, era um professor de dança, um cara bom, que não tinha nada dessas coisas erradas que ele estava falando. Só que não tinha que ter matado o cara. Ele tinha que ter levantado, ido embora e acabou. Não fazer o que ele fez", contou o pai.


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