quinta-feira, 9 de maio de 2019

E OS SULISTAS NÃO VÃO CONSEGUIR A SUA INDEPENDÊNCIA DO RESTO DO BRASIL. BEM QUE CONFIARAM NO HOMEM QUE BOTARAM EM BRASÍLIA. MAS NÃO DEU. JAMAIS VAI DAR. SULISTAS VIRARAM BOBOS DA CORTE





Pelo visto, os dirigentes máximos do MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS, e do seu órgão de apoio, o GRUPO DE ESTUDOOS SUL LIVRE-GESUL, respectivamente, Emilio Glienke, e Celso Deucher (desejando salientar que do GESUL sou ex-integrante, nele tendo ingressado na sua fundação, em 1990, na cidade de Brusque/SC), e que por justiça, reconheça-se, foi uma genial ideia do Deucher, jamais devem ter ouvido ou prestado atenção à letra da música regionalista do compositor e cantor “gaudério”, Leopoldo Rassier, intitulada “Não Podemo Se Entregá Pros Home”, composta e lançada em 1986, que teve, e tem ainda, um sucesso popular extraordinário em todos os rincões da Região Sul. Apesar da letra dessa música não atender, com certeza, as exigências da Academia Brasileira de Letras, na verdade não há como negar que ela vem lá do fundo da alma e das raízes mais autênticas do Povo do Sul.
O trecho da letra da música de Leopoldo Rassier, que ora interessa, e que servirá de base para o raciocínio desenvolvido nesse texto, é o seguinte:
(“ Não podemo se entregá pros home
Mas de jeito nenhum, amigo e companheiro,
Não tá morto quem luta e quem peleia
Pois lutar é a marca do campeiro”)
Mas lendo os jornais mais recentes, quase tive um “chilique” quando tomei conhecimento que os dirigentes maiores das organizações “separatistas” referidas na abertura desse texto, haviam escrito e entregue, em 29 de abril, a legítimos representantes da “política opressora” de Brasília, mais precisamente, à Deputada Federal Joice Hasselmann, líder do Governo no Congresso, e ao também Deputado Federal Fábio Schiochet, numa solenidade em Brusque/SC, uma “Carta/Manifesto”, nela propondo que se fizesse um novo “Pacto Federativo”, dentro da ideia “Mais Brasil e menos Brasília”, reivindicando um “urgente, necessário e imprescindível” novo Pacto Federativo para o Brasil, que estaria ganhando força através do próprio Presidente Bolsonaro.
Dita carta na verdade tem o seu mérito, não há como negar, porque fotografa com absoluta precisão a enorme supremacia dos poderes da União Federal, se comparados aos dos Estados e Municípios, cuja realidade demonstra a falsidade do regime federativo brasileiro, que é “federação” somente no “papel, mas que na prática não passa de um “Estado Unitário”, onde estados e municípios pouco passam de “mendigos” da federação, com as intermináveis romarias de governadores e prefeitos diariamente pedindo recursos na Capital Federal.
Importante é sublinhar nessa “Carta/Manifesto” a denúncia, por exemplo, que “Brasília arrecada riqueza e distribui pobreza”, o que geraria uma “fonte de corrupção”. Denuncia ainda os absurdos da atual representação política na Câmara Federal e no Senado, citando como exemplo a eleição de José Sarney, para Senador, em 2006, pelo AM, fazendo só 152.486 votos, enquanto Pedro Simon, pelo RS, precisou de 1.862.560 votos, salientando ainda que, politicamente, um paranaense vale 42,7 vezes menos que um cidadão de Roraima, e um catarinense 34,1 vezes menos.
Ocorre que essa conversa de “novo pacto federativo” não passa de conversa “fiada”, para “boi dormir”. Em todos os governos, sem exceção, essa “ladainha” volta à tona.
A referida “Carta/Manifesto” pede “penico” para Brasília. Mas o máximo que receberá será a sua “alça”. Ou seja, o mesmo que “nada”. Seria possível supor que Brasília se contentasse em ficar com 20% de toda a arrecadação tributária do Brasil, conforme a “Carta/Manifesto”, quando hoje ela detém mais de 70%? Isso foi uma “piada”? De mau gosto?
Aliás, esse “papo” de “Repactuação da Federação” já estava “velho” quando escrevi o artigo “Desmanche ou Novo Pacto da Federação?”, lá em junho de 2012, portanto há cerca de 7 anos atrás, que teve ampla repercussão (web). Ali deixei muito claro que a única alternativa para a Região Sul, e para todas as outras regiões que pudessem e quisessem, seria o desligamento do território do Brasil, para cada formando o seu próprio país. Portanto, a reativação desse tema agora só será capaz de renovar a “enganação” que vem de longa data, de um povo que sabidamente em matéria política “não tem memória”. E o “sistema”, o “mecanismo”, o “establishment”, sabem muito bem disso. E assim vão levando, levando!!!
Mas aos independentistas do Sul não poderia ser perdoada essa “perda de memória”, que lhes é altamente prioritária. Mas não seria exatamente o que agora está acontecendo ao darem o “braço a torcer” para Brasília, ”sentando no seu colo”, desse modo se “entregando pros home”?
Pessoalmente reputo essa atitude de rebaixamento para Brasília uma vil traição à causa Independentista do Sul, onde se jogou no lixo o impulso separatista, autodeterminista, do Sul, ressuscitado com muita luta nos anos 90, mobilizando inclusive outras regiões brasileiras para fazerem o mesmo. E sempre considerei que o maior motivo para a Independência do Sul estivesse no fato de que “o Brasil não deu certo”. E o dia após dia reforça cada vez mais a ideia, não só que o Brasil “não deu certo”, como não está “dando”, e jamais “dará” certo, seja com Lula, com Bolsonaro, ou com outro PQP qualquer. O escândalo das mordomias do STF que ninguém consegue trancar é a maior prova.
Leopoldo Rassier avisou. Acionou o sinal de “alerta”. De “perigo”. Mas não quiseram ouvi-lo. Também a gauchada não deu a mínima atenção inclusive à passagem do Hino Riograndense, pela qual “Povo sem virtude acaba escravo”, e que a continuidade da sua submissão a Brasília nada menos significa que falta de virtude, portanto, escravidão. Assim, os “home” do Sul acabaram mais uma vez “se entregando pros home” lá de Brasília. Não contem comigo nessa atitude “entreguista”.

Sérgio Alves de Oliveira - Presidente do Partido da República Farroupilha - PRF (sem registro).

Fonte: Vindo dos Pampas.

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