quarta-feira, 25 de setembro de 2019

UM EPISÓDIO DE VIDA: PARA NETOS E BISNETOS DO MEU PAI, UM SÃO-PAULINO!

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Depois que terminou a Segunda Guerra Mundial, Luiz Válio Júnior, de apelido Gijo Válio, meu saudoso e querido pai, resolveu tentar algum serviço na Capital de São Paulo. 
Ficou sabendo através de um amigo em visita à família do Major Luiz Válio, seu pai, que em determinada farmácia localizada à Rua Domingos de Moraes, Vila Santana, na Capital, estavam precisando de um prático de farmácia. E ele era, pois havia estudado em Itapetininga.
Calhou que foi embora de São Miguel Arcanjo para viver uma nova vida. 
Empregou-se na referida farmácia, mas não esquentou muito por ali, não, devido a uma desavença com um dos sobrinhos da proprietária. 
Também pudera! Olha só o que o dito sobrinho aprontou com o Gijo!
Nessa época, Gijo pernoitava num cômodo anexo ao estabelecimento. O rapaz, que deveria ter uns quinze anos, vivia a chateá-lo, chamando-o de caipira o tempo todo, no que tinha razão, claro: era um capiau mesmo, tipo uru-capoeira do interior.
Mas...
Aconteceu que num belo dia de domingo, estando Gijo de folga, e tendo que utilizar o banheiro, o que tramou o moleque? Trancou a porta do banheiro e por cerca de duas horas ficou lá de fora sorrindo e gozando da situação. 
Com o sangue fervendo, logo que a porta lhe foi aberta, Gijo meteu-lhe um soco no nariz. 
Foi despedido, é claro, sem sombra de dúvida! 
Nessa época, morando numa pensão no Bairro da Liberdade, Gijo não podia ficar parado. 
Arranjou outro emprego, desta vez na Vila Mariana, numa outra farmácia, no horário das 12 às 20 horas.
Para isso, Gijo precisava tomar o bonde duas vezes, uma para ir ao trabalho e outra para voltar à pensão. Só que o ordenado não era bom. 
Para o cúmulo dos cúmulos, ainda pegou amizade com um outro pensionista farrista e, com ele começou a conhecer e a viver as noites de São Paulo.
Uma maravilha! 
Só que o dinheiro que ele ganhava mal dava para pagar o aluguel da pensão onde morava. 
Um companheiro da farmácia aconselhou o "caipira" a entabular amizade com um dos cobradores do bonde que fazia a linha que dava acesso ao seu trajeto. 
Só que devia dizer que era são-paulino dos roxos, justamente o Gijo que não curtia muito sobre a dança da bola em campo de grama. 
Mas foi o que Gijo fez. E não é que deu certo? Passou a viajar de graça desde então. 
Vai que vai e se tornou um legítimo torcedor desse time para o resto da sua vida. 
Talvez daí tenha nascido o amor pelo esporte, o que o fez participar da criação do Esporte Clube São Miguel e do Botafogo Futebol Clube de São Miguel Arcanjo. 
Ambos os Estatutos desses clubes, em São Miguel Arcanjo, foram por ele elaborados. 

 - Este episódio fazendo parte do livro que estou escrevendo sobre Luiz Válio Júnior, apelido Gijo Válio, apelido Ferdinando Cipó Júnior, apelido Risadinha. 

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