De forma reservada, empresários começam a declarar voto em Lula; dizem que com Bolsonaro não dá mais
Por Redação Ucho.Info/18 de julho de 2022
Promulgada há dias pelo Congresso Nacional, a PEC do Desespero, também conhecida como PEC Kamikaze, que turbina benefícios sociais e cria outros pontuais com validade até 31 de dezembro, está sendo comemorada pelo staff palaciano e principalmente pelo núcleo duro da campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição.
Não há dúvida de que a PEC produzirá efeitos nas pesquisas eleitorais, favorecendo Bolsonaro, mas é grande a possibilidade de o resultado não ser como esperam os palacianos. Esse eventual revés é fruto de uma política econômica desastrada, que faz com que a inflação corroa o poder de compra dos salários e dos benefícios, mesmo com a majoração temporária do valor do Auxílio Brasil.
Sem ter o que mostrar em termos de realização do governo, Bolsonaro busca com a PEC do Desespero comprar a consciência e os votos da parcela mais pobre da população. O que por si só é um escândalo.
Nos nichos formadores de opinião há um movimento contínuo e sem alarde na contramão dos planos do presidente da República. O silêncio do empresariado brasileiro após o assassinato de um petista por um apoiador de Bolsonaro, em Foz do Iguaçu (PR), teve uma mensagem que talvez os ocupantes do Palácio do Planalto não souberam interpretar.
A assessoria presidencial esperava a reverberação da fala inicial de Bolsonaro por parte das elites, mas não foi isso que aconteceu, pelo contrário. Levantamento feito pelo UCHO.INFO nos últimos dias com empresários aponta que Jair Bolsonaro está sendo abandonado. A situação não decorre da pífia política econômica, mas da escalada da violência que marca a política nacional desde o começo do atual governo.
Empresários que escolheram Bolsonaro na eleição de 2018 já declaram voto em Lula, sob a justificativa de que é impossível continuar como está.
Em outras palavras, o empresariado dá sinais ainda modestos de que é preciso preservar a democracia.
Esse quadro pode levar Bolsonaro a mudar o perfil da sua chapa, deixando Walter Braga Netto à beira do caminho, pois uma candidatura que flerta com o retrocesso e obscurantismo tende a não prosperar.
Considerando que a maioria dos empresários está nas regiões Sul e Sudeste, onde concentram-se os maiores colégios eleitorais, Bolsonaro terá dificuldades para levar adiante seu projeto de reeleição.
Não por acaso, o chefe do Executivo acena com a possibilidade de criar um benefício para agradar ao setor produtivo.
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