UM EXEMPLO DE COMO FAZER
O estudante Gustavo dos Santos Miranda, de 15 anos, teve seu trabalho proclamado como vencedor, após votação popular e análise de técnicos do setor musical. A coordenação dos trabalhos esteve a cargo do maestro José Antônio Pereira, professor e regente titular do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí e mestre em música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A análise técnica revelou grande qualidade dos 17 trabalhos inscritos em especial no que tange o aspecto cultural e histórico da cidade. “A possibilidade de abertura desse tipo de concurso a compositores-letristas amadores dá vitalidade e abre um espectro inventivo e inovador às composições. A participação de concorrentes do próprio município também cria identidade entre o autor e a obra e relação fina entre a objetividade do material. Trata-se de um material bruto de extremo valor cultural”, argumentou o maestro.
Além de votação, o corpo de jurados apresentou textos sobre cada obra e justificativas para a escolha. Para o corpo técnico o trabalho mais adequado foi de Gustavo Miranda, 582 pontos; seguido por Lídia Frateschi, com 516 pontos; Marta Seabra, 492 pontos, Charlies Bueno, 336 pontos; e José dos Santos, 282 pontos.
A escolha da letra do hino foi também submetida a uma livre, ampla e espontânea consulta popular e ao mesmo tempo definida por um corpo técnico de jurados. A votação popular pontuou 40% do total da nota, enquanto ao júri técnico caberá o restante de 60% da avaliação. A votação popular aconteceu no mês de outubro em urnas dispostas na própria prefeitura (Rua Pedro Gomes, 69) e na Casa da Cultura (Rua Rocha Miranda, 478).
No total, 232 pessoas participaram da escolha popular, por meio das 1.300 cédulas distribuídas por meio do Jornal Oficial do Município. Na votação dos munícipes, José dos Santos foi o primeiro colocado com 480 pontos, seguido por Gustavo Miranda, 292 pontos, Charlies Bueno, 148 pontos, Lídia Frateschi, 4 pontos e Marta Seabra 4 pontos.
Somando-se as duas votações com os devidos pesos, o grande vencedor foi Gustavo Miranda, com 874 pontos; seguido por José dos Santos, com 762; Lídia Frateschi, 520 pontos; Marta Seabra, 496 pontos e Charlies Bueno, 484 pontos.
O prefeito Ferreira falou da importância deste concurso para a escolha do Hino Oficial de Campina do Monte Alegre. “Utilizamos um formato democrático e participativo, onde nossos cidadãos puderam não somente inscrever seus trabalhos, mas também votar nos finalistas contribuindo para a análise critica coordenada por um dos maestros mais experientes do nosso estado, ligado à Unesp e ao Conservatório de Tatuí – duas importantes referências da música em São Paulo e no Brasil”, explicou.
A próxima etapa para o processo é a finalização da música do Hino, acatando as sugestões do vencedor e a construção poética da obra. Finalmente, letra e música, com partitura, acompanhada de toda documentação do processo de escolha, serão encaminhados à Câmara, via projeto de lei de autoria do Executivo, para aprovação regimentar.
Análise técnica do trabalho vencedor
“Todas as letras são muito interessantes do ponto de vista cultural e histórico. Cada poeta procurou criar uma imagem muito bonita da cidade. Porém, a maioria delas tem estilo que se caracteriza mais como canções populares do que propriamente com hinos – assim, como o clássico de Ary Barroso, Aquarela do Brasil.
Sem dúvida é a proposta mais adequada à formalização de um hino que possa representar a altura o município. A construção é simples, porém bem realizada e se utiliza de metáforas interessantes para citar trechos da história do município: “de uma imagem surgiu sua história” – alusão à imagem de São Roque, que culminou no povoado, que mais tarde seria transformado em um município. As citações relativas ao potencial agrícola, às belezas naturais, às características da população e a bandeira do município também merecem registro.
Não fossem todos esses atributos, vale ressaltar que a métrica adotada também colabora com a característica musical adotada na maioria dos hinos, no caso a marcha, podendo ser amplamente explorada na concepção rítmica e melódica, bem como nos arranjos que permitem o encadeamento de instrumentos e do canto. O texto tem estrofes fortes, com possibilidades de se tornarem refrão.
Deve-se ressaltar que há problemas em algumas rimas e em concordâncias, mas que podem ser suplantados na harmonização futura entre melodia e letra, necessitando de alguma adaptações, porém sutis”.
Alexandre Scalise – assessor de comunicação da prefeitura de Campina do Monte Alegre.
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