ORIGAMI LEMBRA K...

QUANDO SE FALA EM ORIGAMI...

Me vem a lembrança o K.... 

Gay assumido, sofreu demais em São Miguel Arcanjo.

Apanhava sempre.

Declarava seu amor meio impensadamente e amava muito facilmente. 

Por diversas vezes esteve em depressão.

Às vezes, dizia-me que, para vir até a minha casa dava muitas voltas pelos arredores da cidade. 

Tudo para não passar perto de determinados lugares onde era achincalhado.

A culpa era dele, e isso eu lhe disse muitas vezes; era um rapaz por demais saliente.

Afora tudo, K. era muito prestativo.

Muitas vezes me ajudou na decoração do salão do Centro Comunitário da cidade, onde eu coordenava as "Domingueiras". Era um expert nisso, como também na arte da maquiagem.

As crianças adoravam quando ele lhes pintava o rosto para apresentações no palco.

Era cabeleireiro e de vez em quando trabalhava com um amigo. Mas, quando parecia que tudo ia dar certo, de repente lá estava ele triste de novo e desanimado, tendo que voltar à estaca zero.

Ultimamente, e isso já faz alguns anos, soube que estava em tratamento de saúde por ser usuário de drogas.

Oxalá tenha conseguido!

Me lembro que uma das coisas que ele mais gostava de fazer era praticar o origami. 

E, quando se dispunha a isso, de suas mãos, a cada minuto, surgia um mimo: passarinhos, coelhinhos, sapos, flores, peixe, porta-lápis, molduras para espelhos, etc.

K....

Tenho saudades dele!