Dizem que a geração do silêncio, paz e amor já acabou.
Tenho lá minhas dúvidas.
O voto continua sendo mercadoria antes de representar efetivamente um símbolo patrimonial de cidadania neste país.
Cidadania significando o indivíduo consciente dos seus direitos e dos seus deveres, o que nem a educação tem transmitido mais, pois as suas estruturas não estão encaminhando o aluno para a leitura,nem para a formação de uma nova consciência e muito menos para a exposição verbal de alguma coisa.
O que significa o saber votar?
Deve ser a capacidade que o individuo tenha de sensibilizar-se com candidatos que transmitam um mínimo de transparência a favor de mudanças sérias e profundas social e economicamente falando, e que estão sendo procrastinados.
Deve significar a força bíblica de dizer não ao coronelismo, ao clientelismo, ao cartorialismo.
Porque existem cartórios dentro do Senado, dentro da Câmara Federal, dentro das Assembléias Legislativas e nas representatividades menores como no caso dos municípios.
Grandes e pequenos legisladores tem legislado sempre em causa própria ou em favor de grupos por eles mesmos formados, pois eles é que pagam as suas campanhas milionárias.
E então o povo sempre acaba vendo navios parados no tempo, com medo do tempo, correndo contra o tempo, sendo tragados pelo tempo.
Por que votar, afinal?
Votar por votar?
É preciso votar para estabelecer a semente da transformação. Nosso país pede essa transformação a cada eleição, mas as pessoas acabam votando apenas para dizer que estão vivas, que são iguais.
Não reivindicam nada.
São documentos ambulantes.
E a massa que faz a manobra, dorme em berço esplêndido em conluio com os legisladores.
Geraram um Collor e o Brasil está amargando até hoje tudo aquilo que veio com ele e novamente essa massa de manobra o reviveu.
Um povo consciente não gosta de ser enganado e nem é medíocre o bastante para fazer pactos que só fortalecerão maiores disparidades no futuro e mais violência social.
Um povo consciente tem vergonha na cara.
Vamos por a mão na consciência e começar a empunhar uma bandeira: a bandeira de um futuro com dignidade para os brasileiros.
Você quer?
Comece a indignar-se contra a reforma política que de reforma não tem nada, a não ser prever o financiamento das campanhas eleitorais exclusivamente com dinheiro público, obedecendo alguns critérios tais como:
- 1%, dividido igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no TSE;
- 14%, divididos igualitariamente entre os partidos e federações com representação na Câmara dos Deputados;
- 85%, divididos entre os partidos e federações, proporcionalmente ao número de representantes que elegeram na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
(Câmara dos Deputados, 2005).
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