Cada vez que assisto a uma sessão legislativa, algum tempo atrás até pessoalmente e agora, de vez em quando, via internet, vejo lá apenas uns elementos corporativos tentando agradar aos seus próprios eleitores.
Nunca, em tempo algum, vi algum vereador fiscalizando obras, nem conversando seriamente com agentes públicos, muito menos visitando as comunidades quer da periferia quer rurais.
Aliás, agora, até que alguns deles - ou apenas um - conversam com moradores, porém, através da Internet.
"In loco", só quando obrigatoriamente passam ali por ser o único caminho no trajeto que fazem para resolver seus interesses particulares.
Ou, no máximo, porque o seu trabalho o requer.
Ontem, alguns vereadores decidiram escancarar o bico para dizer o que pensam da administração de Antonio Celso Mossim e do Hospital Nipo-Brasileiro, porque umas alunas do Curso Colegial - supletivo - achavam-se presentes e porque o presidente da Câmara, Hélio Keichi Mori não esteve presente e o Marcos Ravagnani, vice, o substituiu.
Algumas entrelinhas nas frases ditas por eles, vou aqui preencher.
Se eu tenho vergonha por minha cidade não possuir uma Maternidade, então, que faço participando de uma Câmara de Vereadores?
Se eu grito e xingo o Prefeito de minha cidade pela sua falta de sensibilidade para cuidar de uma população como a de São Miguel Arcanjo, por que estou integrando uma Câmara de Vereadores?
Se eu faço e refaço requerimentos pedindo mais atenção às estradas por onde passam as nossas economias em busca de melhores condições de vida, principalmente para os pequenos produtores, e a administração só resolve atender quando ela própria delibera, que me adianta sentar numa daquelas cadeiras?
Se eu sei do tratamento que é dado aos doentes, aos humildes, aos carentes, e que minha voz não quer dizer nada perante aqueles que tem o poder de executar, então, por que não me demito dessa vaga?
Se eu posso assessorar um deputado e dar-lhe votos, por que não me fazer mais útil e, através dele, ajudar a organizar a população em associações, liderando-a?
Se eu vejo erros na administração e não os levo à Promotoria Pública, por que continuar iludindo o resto da população que não votou em mim?
Se depois de todo um exame de consciência, eu percebo que só sirvo mesmo para cuidar daquela "boiada" que me elegeu, então, sou conivente com o mal, tal qual os dirigentes da cidade, e, como tais, também não mereço ser chamado de sãomiguelense.
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