sexta-feira, 18 de maio de 2012

QUEM ME EMBALAVA EM PEQUENA.


João Aleixo Vaz, conhecido como João Satiro, nasceu em Capão Bonito aos 09 de abril de 1.909.
Na década de 30, substituiu a professora Floriza nas Escolas Reunidas de São Miguel Arcanjo localizada à Rua Siqueira Campos. 
Segundo se recordava o saudoso Gentil de Souza, um dos castigos que ele freqüentemente aplicava nos alunos mais rebeldes era fazê-los segurar uma régua de madeira, metro e meio, com o braço estendido feito estátua, pela hora do recreio, e pelo tempo por ele estipulado.
Casou-se com Cynira, filha do Major Luiz Válio, três anos mais velha do que ele; por isso mesmo, ela chegou a alterar a data do seu nascimento. Dizem que por vergonha, sei lá. Engraçado isso!
Pelas ações beneméritas, o casal era muito querido em Capão Bonito. 
A residência deles ficava na Praça da Matriz, ao lado da farmácia de Orlando Venturelli, que se tornou esposo de Terezinha, sua filha. 
As portas estavam sempre abertas para todos os amigos do casal.  
No ano de 1.934, João Aleixo Vaz participou, ao lado de João Arruda, Nagib Ozi, Virgílio Lírio de Almeida, Abílio Mendes, Francisco Cacciacarro, Júlio de Souza Galvão, João Venturelli, e outros, de uma Comissão que tinha a finalidade de arrecadar fundos e adquirir um terreno para que nele se construísse a Santa Casa de Misericórdia de Capão Bonito, que nasceu legalmente aos 08 de agosto de 1.936.
No ano de 1.942, foi lançada a primeira pedra fundamental, tendo á frente o Padre João Moderiano. No ano de 1.943, sob o comando do seu primeiro provedor, Cônego Luiz  de Almeida Moraes, o prédio da Santa Casa foi inaugurado. 
Quando eu vim ao mundo, em 1.951, trouxe comigo uma hérnia - ainda a carrego comigo, pois jamais a operei - e quem me tratou foi justamente o Dr. Eugênio Vaz Sampaio.
Para isso, minha mãe teve que permanecer por alguns meses em Capão Bonito. Contava-me que eu chorava muito e ela não sabia muito bem como lidar comigo, pois, além de ser marinheira de primeira viagem, tinha apenas 17 anos de idade. Então, quem "varava" as noites comigo era meu tio João, na maior boa vontade do mundo. 
Dizia ele:
- A Mariazinha não sabe nem cantar pra criança! Tem que cantar, Mariazinha!
E cantava comigo, e me embalava no colo, a noite inteira, sempre alegre, sempre atencioso.
Acho que por isso sempre gostei de cantar.
Meu médico chamava-se Eugênio Vaz Sampaio e foi o primeiro médico que a Santa Casa de Capão Bonito teve; ao lado dele, outro grande médico chamava-se  Cid de Mello Almada.
Saudosos os dois e minha mãe, que Deus os embale onde quer que agora estejam.

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