sexta-feira, 22 de junho de 2012

O BICHO DA POLÍTICA.


Sabe o que eu queria, hoje?
Não era voltar ao passado glorioso que tivemos, numa época em que as inteligências locais extrapolavam as próprias divisas municipais para mandar recados à região e ao resto do país.
Não era voltar ao passado para ver de perto e até aprender sobre a arte e as artimanhas das lutas encetadas pelos nossos antepassados para que São Miguel Arcanjo jamais perdesse sua autonomia. 
O que eu queria mesmo era ver o povo da terra ser respeitado e considerado.
Denomino povo da terra aquele que ainda tem esperança de melhoras para si e para todos, aquele que nunca deixou de ser um cidadão cumpridor de deveres, mas que mal vê atendidos seus mais lídimos direitos, quer por aqui mesmo nos departamentos públicos, quer pela região onde mendiga, principalmente, por atendimento médico a contento.
Devido a esta última situação, o sãomiguelense passa a ser    ironizado por isso, a cada vez que informa de onde procede.
- Onde fica essa cidade?
- Mas São Miguel é uma cidade e como é que não tem disso lá? 
- Por que vocês tem um prefeito, então? 
- Prefeito só para fazer a festa da uva fazendo média com os deputados? 
- Prefeito para fazer o povo beber nas festas do vinho e nas outras festas que existem por lá?
- Mas festa não é coisa de gente feliz?  
Ponderações as quais o cidadão de bem tem que ouvir e ficar quieto, até concordar, porque teme não ser atendido, caso discorde.
Outro dia, um médico de Itapetininga fez pouco caso de um  sãomiguelense doente, só porque soube que o cidadão era da "cidade do Zaga", e este fizera maldade com ele, exonerando-o. E olha que o Zaga já há mais de uma década está afastado do poder.
Por isso que o eleitor de hoje deve pensar melhor, ter um pouco mais de orgulho e discernimento, e não achar que a eleição termina a partir do momento em que ele digita o número na maquininha e concorre ou não para eleger o mandatário do lugar.
Assim como a eleição é manipulada, pois com a participação de todos, também o eleito não deve ser esquecido pelo povo.
O povo, votando neste ou naquele que ganhou uma eleição, continua sendo co-administrador, porque tem olhos e pode ver por si mesmo; tem ouvidos e pode ouvir reclamações alheias; tem senso de responsabilidade e pode ajudar a construir uma nova cidade onde todos tenham o direito de viver e usufruir dela; tem o poder de requerer que as mordomias de alguns apaniguados sejam deitadas por terra, eles que, sem sua licença, pois nem votados foram, durante quatro e às vezes oito anos permanecem sentados em fictícias reuniões.
O cidadão, a partir do momento em que se elege um novo mandatário na cidade, precisa aprender que a partir de então jamais deve deixar em paz a consciência política de seus homens da hora.
Porque o cidadão é um credor e quem deve para o povo são os homens da hora.   

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