domingo, 17 de junho de 2012

O VERDADEIRO BOLINHO DE FRANGO DE DONA ANTONIA DEOCLÉCIA, DO GRAMADINHO, ELA O LEVOU DE SÃO MIGUEL ARCANJO.

ANTONIA DEOCLÉCIA DE FREITAS nasceu em SÃO MIGUEL ARCANJO no dia 15 de outubro de 1915.
O pai, Paulino Bicudo, foi quem inventou o tal bolinho de frango. 
Logo que o pai faleceu, toda a sua família se mudou para o Bairro de Gramadinho, cerca de vinte quilômetros distante da sede do município onde nascera.
Ali, assumiram um ponto comercial e começaram a comercializar o bolinho de frango, do jeitinho que o pai ensinou, para os tropeiros que por ali passavam a caminho de São Paulo, vindos do sul, numa época em que nem havia uma estrada decente.
No ano de 1.944, já casada com Odilon de Freitas, assumiu de vez o estabelecimento herdado de sua mãe, conhecido em vários estados por ser o único comércio do bairro e ponto de parada obrigatória para ônibus que passavam pela rodovia.
Quem conhecia, parava para saborear o Bolinho de Frango da Totonha.
Antonia foi uma pessoa muito boa e querida e contribuiu para com a construção da Igreja Católica do Gramadinho. 
Faleceu em 23 de março de 1996, com 81 anos de idade.
Na Rua Benedito Bicudo de Albuquerque, 100, acha-se instalada a EMEIF "Senhora Antonia Deoclécia de Freitas", em sua homenagem.
No ano de 1.985, o jornal "O Estado de São Paulo" fez uma reportagem sobre o bolinho de frango, publicou a receita de Antonia Deoclécia e até fotografou a quituteira fritando seus bolinhos no seu fogão de lenha.
Está tudo lá na edição do dia 27 de novembro, onde o marido Odilon, no alto dos seus 72 anos, já exibindo uma boa situação financeira ao lado dos dez filhos, vinte e três netos e três bisnetos, lembrava de quando os ônibus internacionais que seguiam para a Argentina e Uruguai, mesmo que já tivessem parado em Itapetininga ou Capão Bonito para refeições, estacionavam por alguns minutos no Bar São Cristóvão para que os passageiros comprassem o delicioso petisco.
Políticos como Júlio Prestes, Getúlio Vargas, Adhemar de Barros, Costa e Silva e Laudo Natel, além de Luiz Carlos Prestes, comeram do bolinho de frango do Gramadinho.
O filho Cristóvão se lembra para a reportagem, com emoção,  quando certa vez um carro oficial da Argentina parou no seu bar e "mandou fritar quase duas dúzias de bolinhos para levá-los de presente ao então presidente Juan Domingo Perón".
A receita do seu bolinho de frango era esta:
Ingredientes:
1 frango caipira grande
3 litros de farinha de milho - ela fazia no seu próprio monjolo -
150 gramas de polvilho
3 ovos - de galinha caipira
cheiro verde
salsa
manjerona
cebolinha verde
alfavaca à vontade
sal a gosto
gordura ou óleo vegetal de boa qualidade.

Preparo:

Picar o frango em pedaços iguais - ( foi aqui -  e acredito que ela o fez para ganhar mais tempo e facilitar o trabalho - que ela  alterou a receita original que ela levara de São Miguel Arcanjo, pois antigamente o frango era cortado nas juntas), lavar bem, temperar com cebola e sal e  colocar para cozinhar com bastante água. 
Essa água depois será utilizada como molho.
Enquanto o frango cozinha, prepara-se a massa.

Massa: 
Comece, umedecendo a farinha, colocando-a amontoada no centro de uma bacia grande.
Dentro da bacia, coloque de um lado o polvilho e os ovos e, de outro, o cheiro verde e demais temperos.
Quanto o frango já estiver cozido, pegue a água utilizada no cozimento (molho), deixe esfriar e então junte aos temperos.
A seguir, misture tudo ao polvilho  e à farinha umedecida.
Amasse bem, até que a mistura ganhe uma boa consistência.
Com uma escumadeira, pegue um pouco de massa e sobre ela coloque um dos pedaços de frango, cobrindo-o totalmente de massa com a ajuda de uma colher.
Prepare os pedaços de frango dessa maneira, formando os bolinhos, e coloque-os a fritar em fogo brando.
Não coloque muitos bolinhos para fritar ao mesmo tempo, porque eles poderão grudar e estragar.
O fogo, que começou brando, com a gordura não muito quente, deve ser aumentado gradativamente até que os bolinhos estejam bem fritos.

COMO SE FAZ HOJE, O FRANGO É DESFIADO, PARA FACILITAR AINDA MAIS O TRABALHO DE QUEM PRECISA FAZER ISSO PRINCIPALMENTE PARA SOBREVIVER. 
SE TIVER MUITA PACIÊNCIA, INVENTE DE FAZER UM DIA.    

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