segunda-feira, 18 de junho de 2012

SÃO MIGUEL ARCANJO NO "ESTADÃO": DÉCADA DE 70.





Década de 70. Na foto, o então prefeito Alcidino França recebendo a monstruosa Caterpillar.
Quem se lembra do que ela fez?
Também data do final de abril de 1.970 a ocasião em que São Miguel Arcanjo foi alvo de reportagem do jornal "O Estado de São Paulo", pleiteando "uma ligação pavimentada com o resto de São Paulo para dar escoamento a sua produção, ativar o seu comércio, a sua indústria e para, enfim, voltar ao que era 30 anos atrás". 
Essa estrada poderia ser a de Gramadinho, numa extensão de 18 quilômetros, ou a de Pilar do Sul, com 36.
A ligação por Gramadinho representaria para o Estado apenas a pavimentação de uma estrada lateral, quando a preocupação do governo era abrir estradas troncos.
Já a estrada por Pilar do Sul representaria um passo a mais para a abertura de uma rodovia paralela à Raposo Tavares, servindo uma zona importante de produção de hortifrutigranjeiros formada por Piedade, Pilar do Sul, Capão Bonito, Salto de Pirapora e São Miguel Arcanjo, municípios que muito concorriam para o abastecimento do CEAGESP paulista. 
As opiniões se dividiam quanto à importância desta ou daquela rodovia.
O então prefeito Alcidino França, proprietário de uma empresa de ônibus, defendia a pavimentação da estrada de Gramadinho: - " Esta é mais interessante ao povo; a cidade depende muito de Itapetininga, sede da comarca. É lá que os nossos jovens estudam, lá o nosso comércio, os nossos bancos e a nossa assistência médico-hospitalar. Se o Estado não tem vontade para asfaltar 18 km, que dirá então os 36, que é a distância até Pilar do Sul! O traçado por Gramadinho já está praticamente pronto, dependendo apenas de algumas retificações e apenas duas desapropriações, que nós mesmos resolveremos. Já o traçado para Pilar do Sul apresentará maiores dificuldades. Na minha opinião, a ligação por Gramadinho nos interessa mais, se bem que eu ache também que o mais importante é ter uma estrada, seja por onde for".
O vereador Miguel Terra Domenici, por sua vez, tinha certeza que tudo já estava resolvido em São Miguel Arcanjo.
 - " Todos já entenderam que realmente a estrada por Pilar do Sul é a mais importante e útil. E é essa a ligação que sairá, pois atende as metas do governo e os novos objetivos de desenvolvimento pois cortará a região mais fértil e produtora do município. A nossa luta é por uma rodovia pavimentada, elemento vital para nós, pois a ela está condicionada a nossa sobrevivência econômica. A estrada por Gramadinho tem como fator positivo apenas a ligação com a comarca. O interesse econômico entretanto está em São Paulo, para onde vai toda a nossa produção agrícola e é aí que temos que chegar quanto antes".
Também o tabelião local, Joaquim Inácio Rodrigues Júnior, deu a sua opinião: 
- "São Miguel Arcanjo quer uma estrada pavimentada, porque sabe o quanto ela é necessária para o desenvolvimento. São Miguel Arcanjo viveu a sua época áurea há 20 ou 30 anos, quando era caminho e pouso dos caminhões que vinham do sul. A cidade estava à margem de uma estrada importante, era rica, tinha inúmeros hotéis, restaurantes e postos de serviço. O comércio era o forte do município, até que foram construídas e pavimentadas outras estradas ligando São Paulo, como a BR-2 e da Ribeira, seguindo pela Raposo Tavares, desviando o movimento de São Miguel e provocando a sua decadência. Sem estrada e com o comércio fracassado, São Miguel recorreu às atividades agropecuárias. Desenvolveu a cultura de hortaliças, cereais, legumes, incentivou a pecuária e construiu laticínios. Atualmente, uma nova fonte de riqueza se consolida no município: é a cultura de frutas de clima temperado, principalmente a uva fina. Hoje, São Miguel Arcanjo tem direito a uma estrada pavimentada, como prêmio ao seu trabalho e como necessidade ao escoamento da sua produção. E a rodovia que necessitamos é a de Pilar do Sul, implantada em 1.933 pelo general Waldomiro Castilho, por considerá-la altamente estratégica, militar e economicamente".
Nessa época, São Miguel possuía cerca de 18 mil habitantes, sendo que 12 mil na zona rural, espalhados em 735 propriedades agrícolas.
Dizia-se que São Miguel Arcanjo era o maior produtor brasileiro de batatas.
A cidade já vinha realizando todo ano a Festa da Uva Fina, seu principal produto.
Mas a assistência médico-hospitalar, e isso confirmada pelo senhor prefeito, era quase inexistente no município.

QUE TRISTE SINA A DA SAÚDE EM SÃO MIGUEL ARCANJO!

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