Esta capa da revista "Grande Hotel", da década de 70, foi encontrada nos pertences da minha saudosa tia Marina Branca Válio França, recentemente falecida.
Não deu para esquivar às lembranças.
Eram assim as revistas no meu tempo de mocidade.
Faziam-nos sonhar com outros mundos criados pela imaginação de autores e atores de estórias românticas.
Morando no sítio, a dois quilômetros da urbe, não era fácil termos acesso, ainda mais que nosso pai era contra essa cultura, mas de um modo ou de outro, acabávamos, nós, as cinco irmãs, lendo-as.
Elza, uma colega de escola, ela é quem emprestava dessas revistas para que levássemos para casa pelo tempo que precisássemos, claro, para podermos ler aos poucos e às escondidas.
E a gente se fartava, minhas quatro irmãs e eu, principalmente quando nosso pai tinha que ir à cidade ou viajava a qualquer negócio.
Aconteceu que, num certo dia, estávamos todas lendo cada qual sobre a sua cama, quando, de repente, ele chegou antes do previsto e nos surpreendeu no quarto.
O que ele fez?
Lá se foram os rostos lindos de Franco Gasparri, Franco Dani, Cláudia Rivelli, Michela Roc, Paolo Rosani, Rosana Galli, Ivan Rassimov, Sandro Moretti, e todas aquelas estórias lindas e melosas todos para o fundo da fossa - seis ou sete metros abaixo do solo - onde fazíamos as nossa necessidades fisiológicas.
Não, não deu para salvar nada.
Os corós comeram tudo...
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