terça-feira, 9 de julho de 2013

A REVOLUÇÃO DE 32



Chamou-se Revolução Constitucionalista e essa história hoje completa 81 anos.
Uma história que se fez no Estado de São Paulo, quando seu povo tomou as ruas
de julho a outubro de 1.932, respondendo 
à Revolução de 1930, que acabara com a autonomia dos estados que havia durante a vigência da Constituição de 1.891. 
O gaúcho Getúlio Vargas impediu a posse de Júlio Prestes, derrubou do poder Washington Luís e instaurou, ele mesmo liderando, o Governo Provisório.
Os paulistas procuravam reaver o domínio político perdido, agora num sentimento mais acirrado, já que se demorava a convocar uma Constituinte.
Procurando acalmar a situação, Getúlio apresentou um novo código eleitoral, marcou eleições para 1.933 e nomeou um paulista - Pedro de Toledo - como seu representante no governo de São Paulo.
Mas quem mandava na realidade era Osvaldo Aranha, representante da ditadura.
No dia 23 de maio, estudantes da Faculdade São Francisco protestando contra essa situação, tentaram invadir o cube 3 de Outubro, onde estavam concentrados os membros da Liga Revolucionária que apoiava a ditadura e foram recebidos a balas, onde então morreram os jovens: Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa, Antônio Américo Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga.
Começava então o plano para uma luta armada em São Paulo, com apoio dos paulistas e de partidos políticos como o PRP e o PD e, a 
9 de julho as forças paulistas, sob o comando do General Isidoro Dias Lopes tomaram São Paulo e iniciaram uma marcha para o Rio de Janeiro, à época, capital do Brasil.
São Paulo planejava uma ofensiva rápida, mas as coisas se complicaram: havia contra os paulistas uma força composta de m
ais de 100 mil tropas federais.
São Paulo não teve a força necessária de outros estados, mas teve o brio e o sangue de milhares de 
paulistas ( cerca de 200 mil voluntários, sendo 60 mil combatentes) que foram para as trincheiras dispostos a lutar pela causa.
Quando se iniciou o levante, porém, uma grande multidão saiu às ruas em apoio. 
Claro que as tropas federais eram mais numerosas e mais equipadas e possuíam aviões para bombardear cidades, principalmente no interior paulista.
Sofreram drásticas consequências as cidades de Cam
pinas, de Lorena, diversas cidades do Vale do Paraíba e do Vale do Ribeira, onde as trincheiras eram cavadas.
São Paulo estava sitiado, pois as fronteiras foram fechadas, e não havia como conseguir-se mais armamentos. Mesmo contando com a ajuda de
 voluntários que tinham suas próprias armas, e de engenheiros da Escola Politécnica do Estado e também do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, que passaram a desenvolver e produzir armamentos, como o trem blindado, não tiveram êxito os paulistas para suprir suas tropas. 
São Paulo criou uma moeda própria.
O dinheiro paulista utilizado para custear as tropas era arrecadado através de campanhas tais como "Ouro para o bem de São Paulo": o povo doava ouro e até jóias, e, em troca, recebia um anel de prata com a seguinte inscrição: "Pro São Paulo Fiant Exímia" ou "Doei Ouro Para o Bem de São Paulo". 
Com a falta de munição, os paulistas inventaram até um aparelho a que denominaram MATRACA, que imitava o som das metralhadoras. 
O rádio teve grande participação no movimento, devido ao ânimo que os programadores transmitiam aos soldados, mas também propagandas contrárias, por parte da ditadura que afirmava que 
São Paulo estava nas mãos do fascismo italiano que fora trazido pelos imigrantes, e que os paulistas queriam separar-se do resto 
do Brasil.
A situação era lastimável em setembro, quando o interior do estado era invadido pelas tropas de Getúlio e a capital paulista ameaçada de ocupação. 
De repente, as tropas foram se dispersando, outras mais foram aprisionadas e a derrota seria iminente, pois até mesmo a Força 
Pública Paulista se rendeu ao final de setembro. 
Afinal, a liderança revolucionária se rendeu no dia 2 de outubro de 1.932, na cidade de Cruzeiro, para as forças chefiadas pelo general Pedro Aurélio de Góis Monteiro.
Para conhecer a história da Revolução Constitucionalista de 1.932 em detalhes e ficar conhecendo mais, muito mais sobre ela, acesse o Blog "Tudo por São Paulo" (http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/).

Nenhum comentário: