quinta-feira, 17 de outubro de 2013

UM DIA DE CORDEIRO

No último dia 15, estive na Prefeitura de São Miguel Arcanjo para resolver problemas com imposto predial, aproveitando o tal de REFIS.
Vou considerar algumas coisas que notei por lá enquanto estive na fila, porque não resisto, não deixo mesmo passar nada em branco por mim.
Posso demorar para fazê-lo, mas um dia, com certeza, me prontifico.
Então...
No governo de Antonio Celso Mossin, foi feita a reforma do prédio da Prefeitura.
Esse prédio, desde que foi construído, ao tempo de Nestor Fogaça, já veio com um "suave" defeito: quando muita gente andava pelo chão assoalhado, aquilo tudo balançava.
Chegava a dar medo tanto para os funcionários que trabalhavam no porão quanto para os usuários ou visitantes.
Mossin resolveu construir dois pavimentos, tendo uma escada a partir da recepção para o andar de cima.
Mas esse prefeito esqueceu de mandar instalar também um elevador. 
Deficientes físicos, principalmente cadeirantes, não podem subir, aliás, não podem ter problemas que não se resolvam na parte de baixo, mas também não podem querer conhecer a parte alta do prédio do Executivo em sua cidade.
E como tem trânsito nessa escada!
É um movimento danado!
Sobe um Secretário, desce um Assessor. 
Desce um Chefe de Setor, sobe um Auxiliar.
Desce outro Secretário, sobe a mulher do outro.
Sobe "cabo eleitoral", desce "empregadinho".
Como trabalham!
Uma vez postada na fila do dito cujo imposto, chegou um rapaz oferecendo cafezinho que devia ser FISCAL DE FILA, já que usava uma camiseta escrito nas costas FISCALIZAÇÃO...
Na fila e fora da fila, só papo furado.
Mas não sei como é que certas pessoas entram em repartições públicas, acomodam-se em fila para resolver determinados problemas, carregando criança de colo, empurrando carrinho, dando mamadeira.
Ô povinho!
Uma judiação!
Pura falta de respeito com a criança!
Aí uma mulher na minha frente cismou, pela minha voz, que já me conhecia de algum lugar.
Ah, depois ela lembrou: era da Rádio Central.
Veja só!
Estou envelhecendo pacas, mas a minha voz... continua a mesma.
Benzadeus!
Essa Rádio Central foi fechada em 1999 por ordem do deputado Campos Machado depois de uma solicitação queixosa feita pelo então Presidente da Câmara Davilson Cavalheiro, que hoje reside em Portugal porque perdeu definitivamente o lugar na política do lugarejo ou porque encontrou algum rabo de saia por lá.
Sei lá...
Uma vez decidimos entrevistá-lo na Rádio Central, ele que era "zaguista" roxo; e o coitado tremia tanto, tanto, que parecia criança prestes a sujar as calças. Encostava-se em mim, como a me pedir misericórdia.
No fundo, no fundo, era só um crianção que enfiou-se na política pelas mãos do Zaga.
Mas o que me comoveu barbaridade nessa espera do dia 15 foi o gesto de uma criancinha que estava no colo da mãe, a minha frente.
Foi num repente que ela abriu os bracinhos em minha direção.
Imaginei que ela quisesse que eu a pegasse ao colo ( nem sei mais como se faz isso).
Mas não era isso, não: ela só queria afagar meu rosto com as duas mãozinhas.
Acabei dando-lhe um beijinho.
Meu anjo da guarda deve ter-se dado bem com o anjo dela.
Ganhei meu dia.

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