Por: Reinaldo Azevedo/
Publicada: 21/02/2019 - 23:32
Carmen Flores, que concorreu ao Senado pelo PSL-RS, ao lado do então presidenciável Jair Bolsonaro – Reprodução/Facebook.
O diabo, e agora vem a questão de fundo, é que os episódios envolvendo Gustavo Bebianno e Marcelo Álvaro Antônio parecem bem longe de constituir uma exceção.
O uso que o PSL fez do Fundo Eleitoral parece aproximar o partido do que merece ser chamado de uma organização criminosa.
Informa reportagem da Folha:
Empresária que se apresentava como “candidata de Bolsonaro” na disputa por uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Carmen Flores fez repasses de verba pública de campanha do PSL para a filha, a neta e a própria loja.
Os pagamentos aparecem em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Carmen era a presidente do partido no estado e se desfiliou da sigla em dezembro passado.
A candidata obteve 1,5 milhão de votos, mas não foi eleita. Quarta colocada, ficou atrás de Luiz Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT), eleitos para as duas vagas, e Beto Albuquerque (PSB), o terceiro.
Chega a ser assustadora e até surpreendente a velocidade com que está se deteriorando o discurso moralista que instaurou aquela que viria para ser a nova era.
Infelizmente, nada escapa, muito especialmente a cozinha presidencial.
Sim, os fanáticos de hábito continuarão a gritar que tudo não passa de uma grande conspiração.
E palavras de ordem continuarão a ser lançadas contra as esquerdas, as minorias, o marxismo cultural e sei lá o quê.
O fato é que espanta até a falta de cuidado com que se produziram os malfeitos.
Claro!
O PT e suas coisas feias serviam como um ótimo saco de pancadas.
Criou-se uma perversão moral que consistia no seguinte: “Tudo o que servir para combater o petismo é, em essência, bom; o resto se vê depois”.
Bem, a minha divisa — com o histórico de confronto intelectual que tenho com o partido — sempre foi outra: “Nem tudo o que não é PT me serve”.
E, reitere-se: ainda se está só no começo. Imaginem se Gustavo Bebianno resolve abrir seu saco de maldades — ou de verdades.
Parece que não vai acontecer.
Bolsonaro deveria demitir o ministro do Turismo já.
Sim, é ruim.
Mas mantê-lo será ainda pior.
E olhem que falo fazendo um esforço para assumir o ponto de vista do governo.
Do meu ponto de vista, não faço nada além de uma constatação: eu bem que avisei.
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