quarta-feira, 3 de julho de 2019

O PRECIPÍCIO É MUITO MAIOR PARA O MORO

Moro, o “cruzado”, sai pela porta dos fundos. E a ameaça do Estado policial.
Reinaldo Azevedo 03/07/2019 08h24 



Trecho de reportagem do jornal britânico "The Independent" Sergio Moro, ministro da Justiça, é um homem incapaz de dar respostas objetivas. 
É compreensível. Ele cresceu e se fez herói à margem do devido processo legal. 
Infelizmente, a quase totalidade da imprensa e muitas pessoas de boa-fé toleraram agressões escancaradas e contínuas à ordem legal em nome do bom propósito: combater a corrupção. 
As práticas ilegais começam a vir à luz. 
O prestígio do ex-juiz desmorona dentro e fora do país. E, para surpresa de ninguém, há a suspeita — que o agora ministro foi incapaz de descartar — de que o Estado policial está sendo mobilizado contra quem dá a notícia. 
Escreve, por exemplo, Benjamin Fogel no jornal britânico "The Independent": "A Lava Jato era celebrada internacionalmente, e Moro — o homem que mandou Lula para a prisão — era anunciado como um incorruptível cruzado contra a corrupção. Recentes revelações, no entanto, encabeçadas por 'The Intercept Brasil' e pelo jornalista Glenn Greenwald abalaram as bases da política brasileira, revelando uma investigação e um juiz que habitualmente se envolvia em práticas ilegais e antiéticas para obter resultados, muitas vezes por razões político-partidárias. A herança de desestabilização e de radicalização por políticas da Lava Jato suscita a questão: a cura foi pior do que a doença?"

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