Meu pai já dizia que
o verdadeiro ignorante vive como porco no chiqueiro.
Se tem fome, é feliz
quando seu dono cobiçador, que o devorará mais tarde, lhe joga no cocho a
lavagem ou lhe distribui a ração de milho, mandioca ou outra guloseima do seu
cardápio. Se louco de sede, ele corre ao riacho, satisfaz sua vontade e fica
feliz e contente. Se a barriga está cheia, sente um peso no bucho e logo vai ao
sono, profundamente.
Não há mesmo ser
irracional mais parecido com o homem do que o porco.
Será que a história
mentiu ao afirmar que o homem, esse ser mais escandaloso do planeta, descende
do macaco? Ou, porventura, até do peixe?
O homem que talvez
não descenda do porco é completamente diferente e essa diferença se nota em
todas as classes sociais, quer na pobreza, na riqueza ou na posição social.
Quando filosofava,
meu pai achava que o homem não devia morrer nunca.
Devia encher o mundo
e depois devorar uns aos outros, pois ele é o mais perverso dos seres.
Veja só: para
sentir-se feliz, o ser humano precisa ver alguém que ele não vá com a cara
totalmente infeliz.
E daí o aglomerado
de homens sobre a face da terra, que outro significado não tem se não o de
diagnosticar o fim da vida deles mesmos?
Chega-se a essa
conclusão pelo simples fato de saber o quanto é árdua a luta cotidiana para
sustentar a vaidade, o orgulho, o interesse monetário, a prepotência, a posição
social (para alguns) e o simples batalhar pela sobrevivência (para outros).
Haverá, porém, um
dia em que os porcos deixarão seus chiqueiros.
E então, quando isso
acontecer, não haverá mais políticos tão mesquinhos como os que vemos
atualmente transformando a vida dos brasileiros numa porcaria tal que mesmo os porcos,
caso fossem racionais, já teriam se rebelado.
Tomara que seja
brevemente!
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