quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

APRENDI COM MEU PAI


                                   
Meu pai já dizia que o verdadeiro ignorante vive como porco no chiqueiro.
Se tem fome, é feliz quando seu dono cobiçador, que o devorará mais tarde, lhe joga no cocho a lavagem ou lhe distribui a ração de milho, mandioca ou outra guloseima do seu cardápio. Se louco de sede, ele corre ao riacho, satisfaz sua vontade e fica feliz e contente. Se a barriga está cheia, sente um peso no bucho e logo vai ao sono, profundamente.
Não há mesmo ser irracional mais parecido com o homem do que o porco.
Será que a história mentiu ao afirmar que o homem, esse ser mais escandaloso do planeta, descende do macaco? Ou, porventura, até do peixe?
O homem que talvez não descenda do porco é completamente diferente e essa diferença se nota em todas as classes sociais, quer na pobreza, na riqueza ou na posição social.
Quando filosofava, meu pai achava que o homem não devia morrer nunca.
Devia encher o mundo e depois devorar uns aos outros, pois ele é o mais perverso dos seres.
Veja só: para sentir-se feliz, o ser humano precisa ver alguém que ele não vá com a cara totalmente infeliz.
E daí o aglomerado de homens sobre a face da terra, que outro significado não tem se não o de diagnosticar o fim da vida deles mesmos?
Chega-se a essa conclusão pelo simples fato de saber o quanto é árdua a luta cotidiana para sustentar a vaidade, o orgulho, o interesse monetário, a prepotência, a posição social (para alguns) e o simples batalhar pela sobrevivência (para outros).
Haverá, porém, um dia em que os porcos deixarão seus chiqueiros.
E então, quando isso acontecer, não haverá mais políticos tão mesquinhos como os que vemos atualmente transformando a vida dos brasileiros numa porcaria tal que mesmo os porcos, caso fossem racionais, já teriam se rebelado.
Tomara que seja brevemente!


                               

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