quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

SE OS GALOS PUDESSEM FALAR


                                     


Enquanto a maioria dos brasileiros se desgosta e desiste de procurar pelos seus direitos, alguns deputados suam as camisas defendendo projetos de leis, como por exemplo, o de regulamentação da briga de galo neste país de um rei chamado Pelé. Claro que para atender a meia dúzia de cartolas que sempre estão por trás do dinheiro fácil. 

Minoru Massuda, autor desse projeto, assim defende o esporte folclórico apreciado por milhões de brasileiros: 
"Se os galos falassem e lhes perguntassem se gostariam de morrer sem direito à defesa, com faca no pescoço e cozidos na panela de pressão à alta temperatura, ou se prefeririam viver lutando com outros galos em igualdade de condições, tais como peso, idade, altura, esporas curtas de pontas cinquenta vezes mais compridas que as naturais, com direito à vida de paxá de harém de galinhas selecionadas, boa alimentação, tendo de lutar apenas seis meses por ano, de junho a dezembro, quando bem emplumados, sem dúvida optariam pela segunda alternativa. 
Quanto à valia desse esporte para preservação da espécie, não resta nenhuma dúvida. 
Todos os animais junto ao reino animal / racional se preservam e procriam em função de sua utilidade recreativa, a exemplo dos periquitos australianos e canários, ou da sua utilidade econômica e alimentar, como os bois. 
Assim, se os galos falassem, diriam que não trocariam a vida de lutadores bem tratados pela luta selvagem nos termos das leis naturais de seleção de espécies, nem trocariam sua vida pela vida de outros animais domésticos. 
E se fossem eleitores, votariam neste deputado". 
Realmente, um político expert em galináceos, esse nipônico! 
Este discurso, de trinta anos atrás, foi um agrado que ele fez à banda podre da sociedade, cuja participação também é importante para a vida política no Brasil.
Aliás, é importantíssima! 
 






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