quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

TELEVISÃO BANDIDA




As emissoras de televisão, principalmente as brasileiras, utilizam cenas de violência e as jogam para dentro de nossas casas de tal maneira que até chegamos a filosofar, dando razão à senadora e criminóloga venezuelana, Lolita Aniyar de Castro, segundo a qual a TV é uma fábrica de medos, porque toda a violência que ela mostra seria para gerar mais medo nas pessoas, para que elas não saiam mais às ruas e nem exerçam mais seus direitos. 
Num seminário sobre Mídia e Violência Urbana, ela chegou a dizer que a televisão nada mais é do que uma sofisticada forma de controle social.
Talvez esse pensamento tenha inspirado Eduardo Suplicy, autor do projeto ‘Renda Básica de Cidadania no Brasil’, o qual seria implantado a partir de 2.005 e não aconteceu. 
Tratava-se de uma renda monetária a que todo brasileiro teria direito, independente da sua situação sócio-econômica. Referida renda seria suficiente para atender as suas necessidades. 
E o petista ainda se gabava pelo fato de, com isso, levar o Brasil ao podium: seria o primeiro país do mundo em que o Legislativo aprovaria um projeto de lei que instituia renda básica como um direito à cidadania de todos os seus habitantes.
Uma barbaridade que só poderia ter saído dos miolos de um petista que nunca soube o que é passar fome na vida.
E que iria acabar levando o país à falência. 
Ora, ora, cidadania não é isso.
Mas pensando bem, nós que crescemos ouvindo histórias sobre as pragas do Egito, Herodes matando as criancinhas, Nero ateando fogo nos cristãos, Moisés boiando nas águas dentro de um cesto e sozinho, Abraão levando seu filho para ser imolado, a arca de Noé e o próprio dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, o Saci Pererê, a Iara, a Mula sem cabeça, o Bandido da luz vermelha, o lobisomem...
Nós que temos medo de injeção, de Polícia, de dentista, de menor ladrão, do primeiro dia de aula, de sermão de padre, de trovão, de solidão, de rejeição e até do que é novo, bem que merecemos permanecer deitados em berço esplêndido, só para sentir o gosto da maresia.
Uniformidade enfadonha!
Pura síncope!
Monólogo desgraçado!
Cidadania é você acordar para a vida, não entregar os pontos e muito menos imobilizar-se, deixando o caminho livre para os ditadores.
Como disse Paulo Freire, certa vez, ‘nós podemos reinventar o mundo’.
Reinventemos, pois, a televisão.


Nenhum comentário: