Com o estresse cada vez mais presente na vida das pessoas, são muitas as buscas para melhorar a qualidade de vida e saber conviver de forma
saudável com o ritmo turbulento do cotidiano.
Recentemente, alguns dos
maiores nomes da área médica e outros profissionais estiveram reunidos
em São Paulo, para falar sobre o mal do século.
O simpósio foi promovido
pela Sociedade Brasileira de Medicina Funcional, presidida pelo médico
prudentino Marcelo de Almeida Válio, especialista em Nutrologia e
Biofeedback.
Conversamos com ele sobre esse tema tão comentado:
- As pessoas usam a expressão “estou estressado” em diferentes situações,
como em momentos de cansaço e ansiedade. Afinal, o que é o estresse?
Marcelo - Um conjunto de reações orgânicas e psíquicas que o organismo emite
quando exposto a estímulo que o excite, irrite, amedronte ou faça muito
feliz. Não é doença, sim uma tensão, física, mental e emocional, habitual na
vida de todos.
- Quais as conclusões do simpósio que o senhor promoveu?
Marcelo - Que o estresse vem aumentando em todas as populações, independente
de faixa etária, cor da pele ou padrão sócio econômico e são necessários d
iagnósticos mais precisos e precoces para tratar e prevenir.
- Existe um perfil da pessoa que sofre de estresse?
Marcelo - Não sei se poderíamos afirmar que existe um perfil do indivíduo e
stressado, mas algumas características como perfeccionismo, preocupação
excessiva com problemas (reais ou imaginários), excesso de atividade física
e mental. Pessoas altamente competitivas podem estar mais predispostas
ao aparecimento das consequências do estresse.
- As pessoas se estressam mais hoje do que antigamente?
Marcelo - Vivemos num mundo altamente competitivo e com modificações de padrões e conceitos de forma muito acelerada, e o
que se nota é que não estamos nos adaptando a estas mudanças de forma a conseguirmos lidar com o estresse de
forma adequada para manter nossa integridade fisiológica.
- Quais os primeiros sintomas?
Marcelo - Depende da fase do estresse. Diante de um ou mais estímulos estressantes, (barulho, multidão, isolamento, fome,
perigo, infecção, imaginação de uma ameaça ou lembrança de um evento perigoso) o indivíduo entra em estado de
alerta para se proteger do perigo percebido e dá prioridade aos órgãos de defesa, ataque ou fuga. As reações
corporais são: dilatação das pupilas; estimulação do coração(palpitação); respiração se altera(ofegante); frieza nas m
ãos e pés; tenção nos músculos; inibição da digestão; inibição da produção da saliva(boca seca). Na Segunda fase,
denominada Resistência, persiste o desgaste necessário à manutenção do estado de alerta. Mas a mobilização de
energia traz consequências como: redução da resistência do organismo; sensação de desgaste, cansaço e lapsos de
memória; redução de testosterona; diminuição do apetite sexual; impotência; desequilíbrio ou supressão do ciclo
menstrual, etc. A terceira fase é o esgotamento, com queda na imunidade e surgimento de doenças.
- Como tratar?
Marcelo
- O tratamento é feito após um correto diagnóstico das fases do estresse. Podemos fazer questionários específicos
para sinais e sintomas e percepções relacionadas ao estresse. Podemos fazer dosagens de hormônios e catecolaminas
do tipo adrenalina, noradrenalina, cortisol, ACTH, etc... E como método de avaliação do Sistema Nervoso Autônomo
(SNA), podemos usar a variabilidade da freqüência cardíaca para avaliar a atividade simpática e parassimpática. O
Sistema nervoso autônomo é dividido em dois ramos (simpático e parassimpático). Para estarmos bem de saúde
precisamos estar numa situação de funcionamento desse sistema que chamamos de equilíbrio autonômico ou
homeostase vegetativa, onde existe atividade presente ou positiva desses dois ramos do SNA. A atividade simpática
tem a ver com a liberação de adrenalina pelas glândulas suprarrenais, que a grosso modo, “acelera o indivíduo”
(estresse). A atividade parassimpática tem a ver com a liberação de acetilcolina que “desacelera o indivíduo”, e as d
uas palavras que melhor descrevem reações à atividade deste ramo do SNA são repouso e digestão (do inglês:
rest and digest), dependendo dos níveis de atividade simpática e parassimpática teremos as diferentes fases do estresse.
Marcelo de Almeida Valio
Fone: (11) 5539-1568
SINOMAR.
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