quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ZUZÚ FOI HOMENAGEADO EM PILAR DO SUL.




1. UM PREGO FINCADO NO DEDO.

Dito Paulino queria fazer um bote para pescar com os amigos nos rios Turvo e Pinhal e consultou tio Zuzú sobre a possibilidade dele fazer o barco. Pensou, como era sua maneira de ser, parecia um pouco relutante, até que concordou. Pediu ao Dito Paulino que comprasse tudo que fosse necessário, tábuas de madeira, pregos e todos os outros materiais. Foi no fundo do barracão onde o Dito Paulino tinha uma loja de materiais de construção, na Rua Elias Valio e ali começou o serviço.

Numa determinada hora, Dito Paulino e Zé Corrêa seu amigo, escutaram tio Zuzú gritando dizendo que tinha perfurado o dedo da mão esquerda com um prego. Apavorados, viram a mão toda ensanguentada e um prego varando de um lado para outro um dos dedos da mão. Quiseram levar tio Zuzú para a farmácia e ele se recusou, dizendo que deviam tirar ali mesmo, era só puxar que ele aguentava a dor. Zé Corrêa, com muito cuidado e tremendo, pega na ponta do prego e ao puxar devagar, nota que a ponta saiu sem dificuldades e aí é que perceberam a aprontada. Tio Zuzú tinha serrado um prego, colocando a cabeça num lado do dedo e a ponta do outro, amarrando para que não caísse e depois colocou mercúrio cromo em abundância em toda a mão, parecendo sangue que estava saindo do dedo. Não restou aos amigos caírem na gargalhada e anotarem em suas memórias mais uma aprontada do tio Zuzú bricalhão, gozador e arteiro, um verdadeiro moleque num corpo de adulto. ("Nascente das águas", Jairo Válio, Editora Ottoni, 2005, p.177)


2. OS SINOS DA IGREJA


Com Gabriel Valio, seu cunhado, também aprontou uma das suas. O relógio da Matriz era sempre acertado por Gabriel, pois somente ele e Miguelzinho mecânico conheciam suas engrenagens. Quando acontecia de parar por algum defeito e assim deixarem de bater os sinos, marcando as horas e as meia-horas, com o som ouvido a longas distâncias, servindo para que os habitantes da cidade e mesmo da zona rural saberem as horas do dia ou da noite, como também acertarem seus relógios, chamados de patacões, Gabriel subia a longa escadaria para verificar o que acontecia. Pois bem, tio Zuzú tudo observava da janela de seu cinema e arquitetou uma travessura.

Logo que os ponteiros foram acertados, ele atravessou a pequena praça e munido de um estilingue e bolinhas de rolimã de aço, com uma pontaria certeira, fez um dos sinos soarem fora do momento de bater as horas. Gabriel Valio, preocupado, retornou até o relógio, subindo as escadarias da torre novamente e verificou que nada havia de errado. Desceu e quando estava quase no final da escada, novamente o sino volta a bater, e ele preocupado com o estranho acontecimento, volta até o relógio, achando tudo normal. Isso terminou, quando o tio arteiro e espírito de criança chega até seu cunhado e revela sua aprontada, que tudo terminou com gargalhadas de ambas as partes e dos que assistiram o fato inusitado. ("Nascente das águas", Jairo Válio, Editora Ottoni, 2005, p.176-177)


Matilde e Zuzu

3. O DIA EM QUE ZUZÚ MORREU

Num dia, tio Zuzú preparou um boneco com uma roupa que tinha, encheu-o com panos, colocou um capacete de pedreiro e um óculos, preparou-o como se fosse gente, deitado na rede, com os braços cruzados no peito. Esse amigo chega, cumprimenta-o como sempre fazia, não recebe resposta, imagina que o tio Zuzú estivesse dormindo, mas achando estranho a postura na rede, chama-o pelo nome diversas vezes, não sendo atendido. Ao mexer no corpo inerte, uma das mãos se desprende do peito e cai como se a pessoa estivesse morta, sendo o susto tão grande que seu amigo saiu correndo, indo até o armazém do Miguelzinho, ali perto, e contou o que presenciou. Foram avisar o Zé de Almeida, irmão do Lazinho e a notícia já se espalhou pela cidade que o tio Zuzú tinha falecido, e quando chegaram em sua casa, ele dormia tranquilamente em seu quartinho, na maior paz de espírito.
("Nascente das águas", Jairo Válio, Editora Ottoni, 2005, p.175)


Estes são os famosos pios fabricador artesanalmente por Zuzu.
Como gostava de caçar, naquela época era permitido, ele inventava pios que imitavam o cantos dos pássaros, isso facilitava a caçada.
Muitos caçadores encomendavam pios para Zuzu, de forma que ele ficou muito conhecido pela qualidade de seus artefatos.
Além destes há muitos outros espalhados pela cidade, certamente são guardados com muito carinho por amigos, companheiros de caça e familiares.
Pios que imitavam Macuco, Juriti e Tovaca


Estes pios pertecem a seu sobrinho Daniel que também sabe assoviar os pios


Esta é a Arrow, câmera do Zuzu, não conseguimos achar muitos dados sobre ela, mas sabe-se que a fabricação desses modelos de câmera já acontecia antes da década de 40. A que pertencia ao Zuzu foi produzida no Brasil em 1950.
Milva, neta de Zuzu, apresenta a câmera do avô.


A câmera ainda pertence à família.



do site do Cineclune Zuzú.

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