Yalitza Aparicio, a professora indígena que aspira a um Oscar histórico.
Protagonista de ‘Roma’ é indicada ao prêmio de melhor atriz, a primeira a uma mexicana em 17 anos.
Imagem do filme ‘Roma’. AP
Cidade do México 23 JAN 2019 - 14:51 BRST
Originária de uma terra agreste, Yalitza Aparicio se tornou uma celebridade inesperada. A protagonista de Roma somou um novo marco à sua carreira na manhã desta terça-feira, ao ser indicada ao Oscar de melhor atriz por seu papel como a empregada doméstica Cleo no longa dirigido por Alfonso Cuarón.
O feito amplia a drástica transformação vivida em poucos meses por essa professora rural nascida no Estado de Oaxaca (sul).
Aparicio, que nunca antes havia parado diante de uma câmera de cinema, disputa a mais cobiçada categoria feminina com Glenn Close, Olivia Coleman, Lady Gaga e Melissa McCarthy.
É a primeira vez que uma mexicana aparece nessa lista desde 2002, quando Salma Hayek foi indicada por Frida.
Há três anos, pendia sobre Aparicio a temível espada que ameaça a maioria das vidas de Tlaxiaco, um município de 40.000 habitantes, onde quatro a cada dez casas não têm saneamento básico.
A pobreza e as carências restringem a existência de centenas de jovens que não podem romper esse ciclo inevitável.
No primeiro dia de 2019, o prefeito de Tlaxiaco foi assassinado minutos depois de tomar posse no cargo.
A violência não é uma desconhecida para a família Aparicio Martínez.
A mãe de Yalitza, Margarita, é uma indígena triqui oriunda de San Juan Copala — uma etnia destroçada pelos acirrados ódios entre seus grupos políticos, que motivaram dezenas de homicídios nessa comunidade.
EL PAÍS
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